spot_imgspot_imgspot_imgspot_img
spot_imgspot_imgspot_imgspot_img
AtualizaçõesTerreno do Baobá do Poeta foi comprado por Grupo Vila, que tenta...

Terreno do Baobá do Poeta foi comprado por Grupo Vila, que tenta recuperar árvore

Por causa do risco de tombamento, o centenário Baobá do Poeta, localizado na Rua São José, no bairro de Lagoa Seca, passou por um processo de poda que preservou apenas a parte central do tronco. Tomada por fungos, a árvore foi estudada por especialistas químicos, engenheiros agrônomos, florestal, ambiental e civil na tentativa de salvar o Baobá. O grupo emitiu um laudo que foi repassado à Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb), que autorizou a poda, que vem sendo executada pelo Corpo de Bombeiros.

Por uma questão de segurança, a equipe de especialistas chegou à conclusão que o tronco da árvore deve ser mantido a uma altura máxima de três metros. A partir daí, o Grupo Vila planeja tentar recuperar o Baobá.

O Grupo comprou o terreno do Baobá e um terreno vizinho, mas apenas este último será transformado em estacionamento. O projeto é de transformar o espaço com o Baobá num centro cultural, voltado para a questão do luto, que é o tema com o qual trabalhamos. Nunca tivemos a intenção de remover o Baobá, pagamos o valor do terreno, inclusive, pela presença do Baobá e sua história e fomos surpreendidos com essas ocorrências”, detalha Renato Campos, Gerente Executivo de Operações e Engenharia.

As ocorrências às quais Renato se refere são as quedas de grandes galhos da árvore. Uma primeira grande queda foi registrada no dia 4 de maio. Os terrenos foram adquiridos pelo Grupo Vila no final de setembro e em 14 de novembro houve outra grande queda de galhos.

“Estamos vivendo um luto pelo Baobá. Mas o tronco será preservado e ele permanecerá como o maior da América Latina. Depois da poda nossa intenção é recuperar a história do Baobá”, garante Gerente Executivo de Operações e Engenharia.

Por causa do risco de novas quedas de partes do Baobá, a Defesa Civil interditou casas e comércios na região. Uma delas foi a do aposentado Neto Baobá.

Vai fazer falta sim, são 50 anos de convivência. Eles não podem retirar uma árvore assim, ela não está morta completamente, é um modelo que tem lá fora. Pegaram com esse problema na semana de começar o serviço. Na sexta tombou uma gigante [galho], a sorte é que foi para dentro do terreno. Estamos interditados e o Vila está cobrindo hotel e pousada para quem quis ir. Eu não reclamo de nada, se é para salvar a árvore, eu topo tudo”, defende Neto.

Muitos anos antes do terreno ser vendido, uma das propostas para o local, que já foi usado para apresentações circenses, era transformar o espaço numa espécie de praça, um ambiente cultural. O período foi registrado num mural que fica no terreno. Mas, sem investimento público, o projeto nunca saiu do papel.

O Gerente Executivo de Operações e Engenharia do Grupo Vila explica que o Baobá foi tomado por fungos e que vinham sendo administrados medicamentos para evitar que eles se espalhassem. Uma das dificuldades foi encontrar pesquisas sobre o tema.

Esse comitê independente formado pelos especialistas identificou a presença de fungos que crescem rapidamente, não há estudos sobre o tema no Brasil. Até pensamos em procurar pesquisas sobre isso na África, de onde a árvore é originária, mas a Defesa Civil tinha pressa porque havia o risco de novas quedas, que poderiam levar a fiação elétrica e causar incêndios. Agora, precisamos de estudos sobre como recuperar o Baobá. Se não tivermos sucesso, os fungos podem progredir e aí vamos ter eu analisar o que fazer”, lamenta Renato Campos.

A origem

Diógenes da Cunha Lima, proprietário do terreno, advogado e escritor, comprou a propriedade onde se encontra o Baobá em 1991, com o intuito de preservar a árvore, que corria o risco de ser derrubada para a construção de um prédio no local.

O Baobá tem 19 metros de altura e um tronco com 26 metros de diâmetro. A história de sua origem ainda é um tema controverso. Segundo Diógenes da Cunha Lima, há uma tese de que a árvore foi trazida para o Brasil por Maurício de Nassau, que queria fazer um jardim botânico no Nordeste. Câmara Cascudo, por sua vez, teria afirmado que ela veio para o Brasil em forma de semente, trazida pelos escravos. Já o próprio Diógenes acredita que a árvore foi trazida, em forma de semente, na barriga de pássaros migratórios que vieram da África, espalhando a árvore por alguns locais do Brasil.

Diógenes da Cunha Lima também acredita que o Baobá do Poeta tenha servido de inspiração para o escritor Antoine de Saint-Exupery, que em uma de suas passagens por Natal teria ficado encantado com a árvore e a eternizado nas ilustrações do livro “O Pequeno Príncipe”.

Em 2023, o escritor chegou a publicar no Youtube um especial sobre o Baobá (veja o vídeo ).

Saiba +

Fonte: saibamais.jor.br

- Publicidade -spot_imgspot_imgspot_imgspot_img

Matérias Relacionadas

Mercosul defende medidas para proteção de crianças no ambiente digital

Os países do Mercosul – bloco formado por Argentina,...

Cajueiro de Pirangi passa a ser unidade de conservação e proteção ambiental do RN

O Cajueiro de Pirangi, um dos símbolos naturais mais...

livro traz contos a partir de relatos de quem não sabe escrever 

Apesar de estarmos na era das redes sociais e...

Projeto “Aprendendo a Aprender” dá a adolescentes e jovens o direito de recomeçar

O futebol como metáfora da vida é uma alegoria...

mulheres dedicam 128% de tempo a mais que homens em tarefas domésticas 

Depois de exaustivas horas de trabalho, chegar em casa e finalmente…...

Filme vai retratar impactos da energia eólica no RN e PB

O longa-metragem de ficção “Filho do Vento”, ainda em...

mulheres trabalham cinco anos a mais que os homens

Paiva Rebouças – Sala de Ciência-Agecom/UFRN Uma análise minuciosa dos...

Sindsaúde fala em “tragédia anunciada” após erro de medicação em UPA de Natal 

Uma paciente de 19 anos teve uma parada cardiorrespiratória depois de ser...

Natália Bonavides pede perda de patente de Bolsonaro e mais quatro 

O Superior Tribunal Militar recebeu a representação da deputada federal Natália Bonavides...
- Publicidade -spot_imgspot_imgspot_imgspot_img