O feriado de 7 de Setembro, data em que o Brasil celebra sua Independência, foi marcado neste domingo (7) por atos bolsonaristas em várias capitais do país. O maior deles ocorreu na Avenida Paulista, em São Paulo, onde cerca de 42,2 mil pessoas se reuniram, segundo levantamento da Universidade de São Paulo (USP).
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Embora oficialmente convocados como manifestações “patrióticas”, os atos tiveram como eixo central o pedido de anistia aos presos pelos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas em Brasília. Nos discursos, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro defenderam que a medida deve se estender não apenas aos detidos, mas também ao próprio ex-presidente e a outros condenados por tentativa de golpe.
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Um dos pontos que mais chamou atenção foi a presença de uma enorme bandeira dos Estados Unidos, além de cartazes escritos em inglês com mensagens como “Bolsonaro Free” (Bolsonaro livre), “SOS Trump”, “Amnesty now” (Anistia agora) e “Help me” (Me ajude).
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O uso de símbolos norte-americanos tem se tornado frequente entre apoiadores de Bolsonaro desde a ascensão de Donald Trump, que voltou ao poder em 2025. O movimento bolsonarista busca associar sua narrativa à do republicano, reforçando uma espécie de aliança simbólica entre os dois líderes da extrema direita.
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A relação, no entanto, é marcada por contradições. Recentemente, Trump impôs uma tarifa extra de 50% sobre produtos brasileiros, alegando que o Brasil estaria perseguindo politicamente Bolsonaro. A medida trouxe impactos econômicos negativos, sobretudo para setores do agronegócio.
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O ato contou com figuras centrais do bolsonarismo, como a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, o pastor Silas Malafaia e os governadores Tarcísio de Freitas (SP), Romeu Zema (MG) e Jorginho Mello (SC).
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Em seus discursos, os líderes reforçaram a tese de perseguição política contra Bolsonaro e voltaram a atacar decisões do Supremo Tribunal Federal (STF). Malafaia, em tom inflamado, pediu a mobilização de fiéis evangélicos para pressionar o Congresso pela aprovação de uma anistia ampla. Já Michelle Bolsonaro foi recebida como uma espécie de porta-voz emocional do ex-presidente, que mantém restrições judiciais e enfrenta processos no STF.
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