A potiguar Tânia Maria caiu nas graças do público brasileiro e internacional com “O Agente Secreto”, de Kléber Mendonça Filho. Depois de ser citada pela revista Variety e The Hollywood Reporter, ela está na lista do jornal norte-americano The New York Times entre as melhores atuações do ano com cigarro.
Com uma descrição poética sobre a cena de introdução de Tânia Maria e direito a uma interpretação sobre a força da atuação da atriz, o jornal cita: “espero que este filme saiba que deveria ser mais sobre essa pessoa”.
Tânia Maria tem 77 anos, mas foi descoberta aos 72, quando participou como figurante do longa-metragem “Bacurau” (2019), também dirigido pelo pernambucano Kleber Mendonça Filho. Moradora do povoado da Cobra, no município de Parelhas, região Seridó do Rio Grande do Norte, Tânia Maria é fumante na vida real e foi devido ao cigarro que ela não viajou para participar do Festival de Cannes, na França. O prêmio de melhor ator foi para Wagner Moura e o de melhor diretor para Kleber Mendonça Filho. A Palma de Ouro ficou com o longa “Um simples Acidente”, do cineasta dissidente iraniano Jafar Panahi.
“O cigarro me empatou de ir, aí eu disse: então pronto, a partir de hoje não fumo mais. O último cigarro que fumei foi no dia 30 de maio de 2025. De lá pra cá, nenhum cigarro mais. Já engordei 8 kg. Vou ter que renovar o guarda-roupa”, brincou em entrevista anterior à Agência SAIBA MAIS.
Em “O Agente Secreto”, Tânia Maria interpreta Dona Sebastiana, dona de um prédio em Recife (PE) onde funcionava um “aparelho” que abrigava dissidentes da ditadura militar brasileira na década de 1970, entre os quais, o professor universitário Marcelo, personagem de Wagner Moura.
Em outro trecho da crítica, o jornal cita:
“De fato, Tânia Maria se torna uma figura mais do que secundária neste filme importante, a cuidadora de um grupo de refugiados políticos, dissidentes que se opõem à brutalidade da ditadura militar brasileira. O único cigarro que a vemos fumar é durante essa apresentação. Mas ela anuncia que fuma há 60 dos seus 78 anos. O hábito de fumar de Maria é um triunfo da personalidade sobre as circunstâncias; é como dizer: ‘Se eu conseguir vencer esses cigarros, consigo vencer essa ditadura’”.
Outras vezes que o RN foi citado no The New York Times
Na edição do dia 2 de junho de 1963, o New York Times publicou em sua página 18, o nome da cidade potiguar de Angicos. Com a reportagem “Brasil realiza um movimento de alfabetização”, o jornal apresentava ao mundo o pensamento de Paulo Freire, que havia implantado no RN o projeto ’40 horas de Angicos’.
Outra situação em que o RN foi citado pelo The NY Times ocorreu em 3 de dezembro de 2021, quando o jornal trouxe em sua capa uma reportagem sobre o processo de desertificação no Nordeste. Na capa, o jornal mostra uma foto de Parelhas – terra de Tânia Maria – como exemplo da lenta transformação do Nordeste fértil em deserto.
Tânia Maria é ovacionada na CCXP
Ela roubou a cena em “O Agente Secreto” e na edição de 2025 da CCXP, maior evento da cultura pop da América Latina, foi ovacionada ao subir palco principal ao lado de Johnny Massaro e Virgínia Cavendish no painel do Canal Brasil sobre a série “Delegado”. Estamos falando da atriz potiguar Tânia Maria, que participa de uma nova produção, toda ambientada no Recife (PE).
“Delegado” conta a história de um jovem policial recém concursado interpretado por Massaro, que assume um posto numa delegacia localizada na periferia de Recife. A série, que tem sete episódios de 30 minutos cada, vai ao ar no Canal Brasil em 2026.
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Fonte: saibamais.jor.br
