Natal deu um passo inovador no combate às arboviroses com a inauguração, nesta quinta-feira (16), de uma fábrica de “mosquitos do bem” no bairro Felipe Camarão, na Zona Oeste da capital. A iniciativa é resultado de uma parceria entre as secretarias de Saúde de Natal e do Rio Grande do Norte e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e utiliza a tecnologia conhecida como Método Wolbachia.
.
Os mosquitos produzidos, chamados de wolbitos, carregam uma bactéria que impede a multiplicação dos vírus da dengue, zika e chikungunya dentro do próprio inseto. Quando esses mosquitos se reproduzem com os da população local, a característica é passada para as próximas gerações, contribuindo para a redução natural da transmissão dessas doenças.
.
O processo de produção é altamente controlado. Os ovos dos mosquitos são colocados em recipientes com água para eclodir, e as larvas crescem sob rigoroso controle de temperatura, iluminação e alimentação, acompanhadas de perto pelos pesquisadores. Quando atingem a fase adulta, os mosquitos são separados e acondicionados em tubos, prontos para serem liberados nas ruas da cidade.
.
As solturas ocorrerão ao longo de 20 semanas e vão abranger 33 bairros de Natal, priorizando as áreas com os maiores índices de arboviroses.
.
O Método Wolbachia foi desenvolvido na Austrália em 2011 e chegou ao Brasil em 2012. O Rio Grande do Norte é um dos primeiros estados do Nordeste a adotar a tecnologia, que já demonstrou resultados positivos em cidades como Niterói e Rio de Janeiro.
.
Segundo as autoridades de saúde, os wolbitos não apresentam risco ao meio ambiente nem aos seres humanos, já que não transmitem doenças, atuando apenas como agentes de controle dos vírus responsáveis pelas epidemias de dengue, zika e chikungunya.
Deixe um comentário