A paralisação dos médicos especialistas que prestam serviço à Prefeitura de Natal pegou a gestão municipal de surpresa. Desde segunda-feira (13), cirurgias e procedimentos de média e alta complexidade realizados em hospitais conveniados foram suspensos, sem comunicação oficial dos profissionais à administração.
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O secretário municipal de Saúde, Geraldo Pinho, afirmou em entrevista ao Balanço Geral Manhã, da TV Tropical, que tomou conhecimento da paralisação de forma informal e enviou um ofício à rede contratualizada para identificar quem está participando da greve, quais procedimentos estão afetados e a duração da suspensão.
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“Não fomos informados oficialmente em nenhum momento, ficando sabendo de forma informal. Hoje eu mandei um ofício para toda a rede contratualizada, querendo saber de fato quem paralisou, até quando vão paralisar e, principalmente, quais são os procedimentos e pacientes afetados”, explicou o secretário.
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Segundo Geraldo Pinho, a Prefeitura pretende remanejar os atendimentos, especialmente de pacientes oncológicos, para evitar desassistência. Apenas procedimentos de urgência continuam sendo realizados, enquanto as cirurgias eletivas estão suspensas.
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A paralisação envolve aproximadamente 120 médicos que atuam em especialidades como oncologia, neurocirurgia, urologia, cirurgia cardíaca e pediátrica, entre outras. Os profissionais reclamam da ausência de proposta oficial da Prefeitura e da tentativa de alteração na forma de pagamento, que antes era realizada via cooperativa médica.
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De acordo com o médico Jader Gonçalves, chefe do setor de mastologia da Liga Contra o Câncer, as negociações se arrastavam por 40 dias, mas foram interrompidas após um retrocesso nas tratativas. A Liga, hospital filantrópico, realizou mais de 4 mil cirurgias do SUS apenas no primeiro semestre de 2025.
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O secretário explicou que a ausência de contrato formal com a cooperativa médica não é recente.
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“Sem contrato já está desde 2023. A antiga prestadora de serviços já atuava há mais de dois anos sem segurança jurídica”, lembrou Geraldo Pinho.
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Recentemente, a Prefeitura abriu um processo emergencial de contratação para regularizar a situação, garantindo estabilidade tanto para a gestão quanto para os profissionais de saúde. A formalização dos novos contratos deve ocorrer o mais breve possível, com acompanhamento do Ministério Público Estadual e da Procuradoria-Geral do Município.
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“Esperamos uma solução no menor espaço de tempo possível”, acrescentou o secretário.
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