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  • CPMI do INSS inicia trabalhos e aprova convocações de ex-presidentes e investigados

    CPMI do INSS inicia trabalhos e aprova convocações de ex-presidentes e investigados

    A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) iniciou seus trabalhos nesta terça-feira (26), às 9h, em Brasília. Na primeira sessão, foram aprovados convites a ex-ministros da Previdência desde 2015 e convocações de ex-presidentes do órgão, da Dataprev, além de diretores de benefícios.

    Entre os alvos das convocações estão Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, apontado como um dos principais operadores do esquema, e o empresário Maurício Camisotti. Ambos não estavam na lista inicial de requerimentos, mas foram incluídos após acordo político.

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    O presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), confirmou a aprovação de 34 dos 35 requerimentos analisados. Ele ressaltou que o colegiado fará uma “investigação profunda e apartidária”. O relator, deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), destacou que será “duro e implacável com todos aqueles que cometeram crimes, independentemente de qual governo tenham participado”.

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    No plano de trabalho apresentado, Gaspar informou que as apurações abrangerão quatro gestões presidenciais: Dilma Rousseff, Michel Temer, Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva. “Buscaremos identificar e punir as organizações criminosas com indícios fortes de tentáculos nos poderes constituídos, no setor empresarial e no mercado financeiro”, afirmou.

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    Com a instalação em 20 de agosto, a comissão terá prazo de 180 dias para concluir os trabalhos. Considerando o recesso parlamentar de fim de ano, o relatório final deverá ser apresentado até 28 de março de 2026.

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    Exclusão de Frei Chico das convocações

    Durante a sessão, o presidente da CPMI descartou a convocação de José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do presidente Lula e vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindnapi). Segundo a Polícia Federal, a entidade arrecadou R$ 259 milhões em descontos considerados ilegais, mas Frei Chico não foi alvo direto das investigações.

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    “A comissão só fará convites a pessoas que tenham configurado o seu beneficiamento nas fraudes. Enquanto não houver certeza de participação, não faremos convocações, especialmente em âmbito político”, declarou Viana.

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    O escândalo envolvendo o INSS veio à tona após uma série de reportagens do Portal Metrópoles, publicadas a partir de dezembro de 2023, que revelaram fraudes bilionárias na concessão de benefícios e nos descontos aplicados a aposentados e pensionistas.

  • PMRN abre sindicância após vítima de violência doméstica denunciar omissão de socorro e ser chamada de ‘louca’ por atendente do 190

    PMRN abre sindicância após vítima de violência doméstica denunciar omissão de socorro e ser chamada de ‘louca’ por atendente do 190

    A Polícia Militar do Rio Grande do Norte instaurou uma sindicância para apurar supostas transgressões disciplinares cometidas por policiais durante o atendimento a uma ocorrência de violência doméstica registrada em 30 de abril deste ano, no município de Parnamirim.

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    A investigação foi motivada por denúncia formalizada por uma mulher que relatou ter ligado para o telefone de emergência 190 informando que estava sendo agredida fisicamente dentro de um condomínio no bairro de Passagem de Areia. Segundo o documento, apesar de ter conversado com vários atendentes, nenhuma viatura foi enviada ao local para prestar socorro.

    Ainda de acordo com o registro, um dos atendentes do Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp) teria chamado a denunciante de “louca” e ameaçado bloquear seu número no sistema do 190.

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    O procedimento, assinado pelo subcomandante e chefe do Estado-Maior Geral da PMRN, coronel Zacarias Figueiredo de Mendonça Neto, foi publicado nesta terça-feira (12) no Diário Oficial do Estado. A sindicância tem prazo inicial de 40 dias para conclusão, podendo ser prorrogada.

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    A corporação informou que a apuração seguirá os princípios previstos na Constituição Federal e na Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (Lei nº 13.709/2018), assegurando a confidencialidade e o tratamento adequado das informações. A identidade da vítima não foi divulgada.

  • Policiais são afastados após morte de mulher em operação no Passo da Pátria; caso é investigado pela Polícia Civil e PM

    Quatro policiais militares do 1º Batalhão da PM foram afastados das funções operacionais por 30 dias após a morte da administradora Bárbara Kelly Araújo do Nascimento, de 39 anos, ocorrida no último sábado (12), durante uma operação policial na comunidade Passo da Pátria, na Zona Leste de Natal. O afastamento foi anunciado nesta segunda-feira (14) pela Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social (Sesed), durante coletiva à imprensa.

    A tragédia mobilizou familiares e moradores, que acusam a Polícia Militar de ter feito o disparo que atingiu Bárbara na porta de casa. Testemunhas negam que tenha havido troca de tiros na comunidade e afirmam que a mulher foi morta durante uma ação policial, sem confronto armado.

    A Secretaria de Segurança informou que os policiais afastados permanecerão por enquanto em funções administrativas. Além disso, determinou, ainda no domingo (13), a abertura de apuração sobre todos os procedimentos da operação e sobre a morte da moradora. Foram instaurados dois inquéritos: um policial militar e outro criminal, conduzido pela Polícia Civil.

    O comandante-geral da PM, coronel Alarico Azevedo, afirmou que quatro armas utilizadas na operação foram recolhidas para perícia balística. “Todos esses fatos serão apurados com bastante calma e responsabilidade. Há versões diferentes sendo apresentadas. O inquérito vai esclarecer o que de fato aconteceu”, afirmou.

    Durante a ação no sábado, a PM também prendeu em flagrante um suspeito por tráfico de drogas, com drogas, balança de precisão e outros materiais. O comandante enfatizou que a operação policial teve início após uma denúncia sobre tráfico na região. “Com relação aos disparos e à morte da senhora Bárbara, é isso que está sendo apurado”, disse.

    A investigação criminal está sob responsabilidade da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que já iniciou as oitivas de testemunhas. O delegado adjunto da DHPP declarou que o inquérito deverá ser concluído em 30 dias, podendo ser prorrogado por mais 10. “O trabalho da Polícia Civil é técnico, imparcial e isento. A população pode ter certeza de que a verdade virá à tona, sem proteção a quem quer que seja”, afirmou.

    Protestos e repercussão

    Horas após a morte de Bárbara, moradores do Passo da Pátria interditaram vias da comunidade em protesto. Pneus foram incendiados e a Avenida do Contorno, um dos principais acessos da região, foi bloqueada.

    Bárbara Kelly era administradora de empresas, casada há 14 anos e mãe de uma menina de apenas 4 anos, que estava com ela no momento do disparo. O caso comoveu a comunidade e ganhou grande repercussão nas redes sociais.

    Durante o enterro da vítima, familiares fizeram um apelo por justiça. A irmã de Bárbara, emocionada, afirmou que a família quer respostas e que a tragédia não pode ficar impune.

    A secretária de Estado das Mulheres, da Juventude, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, Júlia Arruda, afirmou que a pasta está acompanhando o caso de perto. “Estamos solidários à dor dessa família e vamos nos somar ao Conselho Estadual de Direitos Humanos para oferecer o apoio necessário neste momento tão difícil”, declarou.