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AtualizaçõesNem tudo vale tudo

Nem tudo vale tudo

As sessões da câmara municipal de Natal estão parecendo mais espetáculos de vale tudo, MMA ou qualquer coisa que se assemelhe a um ringue de luta do que propriamente a uma casa onde o debate sobre a cidade, a discussão de ideias e os embates de divergências ideológicas deveria imperar, já que ali deve ser um palco civilizatório do exercício pleno da democracia. Mas, infelizmente, os nossos vereadores, na ânsia de conseguirem destaque na mídia e nas redes sociais, estão transformando as sessões em algo muito próximo de uma rinha de luta de galos de briga.

É realmente lamentável constatar no que a casa legislativa vem se transformando, graças a baixa qualidade de muitos que estão ali, eleitos pelo povo, para produzirem leis, ações e projetos que enalteçam a cidade, promovam desenvolvimento e resultem em benefícios. As sessões se transformaram, em certos momentos, espetáculos circenses, e em outros, cenas de teatro mambembe de baixíssima qualidade.

A espetacularização da política tem ganhado, no Palacio padre Miguelinho, destaque de forma negativa, criando a sensação de que a cada sessão legislativa, teremos uma nova rodada da rinha canhestra com temas completamente fora da realidade do que efetivamente deveria estar sendo debatido por lá. Tudo porque grande parte dos componentes daquela casa se preocupa mais em causar – para usar um termo em forte evidência atualmente – do que atuar de forma civilizada e em prol da cidade e dos seus habitantes.

O mais recente episódio de uma denúncia falsa levada a plenário, com forte apelo emocional, histrionismo midiático e sem a menor preocupação na apuração minuciosa do fato em si, levou mais uma vez ao palco dos absurdos, a câmara e seus bravos? Componentes. O Padre Miguelinho deve estar revirado no túmulo com tanta vergonha que o fazem passar os edis da cidade.

Tudo por causa da semelhança física de uma pessoa envolvida numa briga de rua em outro município do estado, com a vereadora que tem nome daquele vento leve suave e agradável. Foi o necessário para a confusão ser criada e despertar no sargento da polícia militar elevado a vereador, e cujo nome de origem bíblica, que significa “Deus é pai”, deveria, pelo menos, considerar o princípio básico de apurar com acuidade antes de fazer a denúncia exatamente para não se expor nem elevar a mais uma exposição vexatória no grid das situações vergonhosas que ganharam destaque em 2025 a nossa câmara municipal.

A ânsia do vereador em denunciar ganhou, naturalmente, a mesma velocidade na divulgação da notícia, levando mais uma vez a “mídia”, essa também ávida por divulgar as desgraças da vida moderna e sem ter a mínima preocupação com a apuração do que realmente aconteceu, como reza a boa cartilha do jornalismo decente e de respeito ao público.

Pronto, estava feito o estrago e as consequências da irresponsabilidade que fique para a interpretação do público, como tenho ouvido com frequência de alguns “editores”: publicamos a notícia, o público leitor ou ouvinte, que faça a análise dele e tire as suas conclusões. Mais um escracho com o jornalismo de verdade e a inversão que tomou conta do universo da nossa mídia.

Somente depois do embate dantesco no plenário da casa, quando a vereadora acusada demonstrou a sua inocência e apresentou provas, mas sem antes também partir para a guerra fraticida com direito a adjetivos e baixa qualificação do seu oponente, eis que surge um repórter comprometido com a verdade e a apuração rigorosa, apurando o fato e identificando o que realmente aconteceu. Provou, inclusive com fotografias, que a verdadeira envolvida na briga de rua não era a vereadora, mas uma mulher de aparência muito semelhante a ela.

A verdadeira noticia ganha páginas, sites e blogues e ainda assim, pasmem, alguns lacradores de ocasião, aqueles mesmos que adoram dizer que quem gosta de lacrar são os outros e não eles, passaram a questionar os fatos apresentados, e sem nenhum argumento sustentável, continuaram tentando descredibilizar a vereadora, simplesmente por sua posição política, jogando a verdade para debaixo do tapete, tentando manter a fake News como verdade, numa clara demonstração de desapego a realidade e demonstrando que o que importa mesmo são as razões obscuras que mantêm o extremismo como fator absoluto. E que se dane o respeito a opinião pública.

Que em 2025 a Câmara de vereadores de Natal mais produziu baixarias é notório. O plenário virou um grande ringue, a mesa diretora permanece obscura e a população sem saber exatamente o que aqueles cidadãos, pagos com os recursos públicos, oriundos dos nossos impostos fazem de concreto além de se exporem ao ridículo e demonstrar que a política, infelizmente, caminha cada vez mais para a vala comum, permitindo que a insensatez reine absoluta. E para nós, resta fazer a constatação de que nem tudo vale tudo.

Fonte: saibamais.jor.br

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