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Potiguar de 17 anos vence seleção mundial para estudar em Hong Kong com bolsa integral


O jovem potiguar Lucas Lima, de 17 anos, natural da cidade de Bom Jesus, na Grande Natal, conquistou um feito histórico, foi o único brasileiro entre 3 mil candidatos a ser aprovado com bolsa integral para estudar na prestigiada escola internacional Li Po Chun United World College, em Hong Kong, uma das instituições da rede United World Colleges (UWC), voltada à formação de jovens líderes com foco em impacto social e diversidade cultural.

Filho dos agricultores Maria das Dores e Keginaldo Lima, Lucas sempre estudou em escola pública e trilhou uma trajetória marcada pela dedicação e pelo sonho de transformar sua realidade. Agora, ele vai concluir o ensino médio do outro lado do mundo, a mais de 16 mil quilômetros de casa, com estadia e alimentação garantidas por dois anos graças à bolsa conquistada.

Apesar da bolsa cobrir parte dos custos, a família ainda precisa arrecadar R$ 47 mil para despesas como passagens aéreas, itens pessoais e alimentação durante as férias escolares. Para isso, Lucas lançou uma vaquinha online, divulgada em seu perfil pessoal nas redes sociais.

“Infelizmente minha bolsa não englobou custos pessoais, de higiene, roupas. E isso foi problematizando até virar algo desesperador”, explicou o estudante.

“Se ele ganhasse 99% da bolsa, a gente ainda não conseguiria cobrir o restante”, completou a mãe, Maria das Dores.

Da roça ao mundo

Desde pequeno, Lucas se destacava na escola e se orgulhava de ganhar medalhas por boas notas. Foi ainda no ensino fundamental que ele começou a sonhar mais alto — e a acreditar que poderia, sim, mudar de vida.

“Eu me senti grande. Pela primeira vez, me senti enorme. A gente via quem era aprovado nesse processo como inalcançável. E, de repente, eu estava lá”, contou, emocionado.

O processo seletivo durou seis meses, com cinco etapas, incluindo provas online feitas de seu quarto em Bom Jesus e outras fases presenciais em São Paulo. A cada avanço, o sonho ganhava corpo — até se tornar realidade.

“Quando recebi a notícia, só chorei. Me joguei no chão e gritei: ‘Eu passei!’”, relembra.

Orgulho e saudade para a família

Se por um lado há orgulho, por outro, a família sente o peso da distância que virá. A mãe brinca que, pela primeira vez, a expressão popular “vai pra China” faz sentido literal.

“De orgulho e preocupação. Saber que ele realmente vai estar do outro lado do mundo é muito difícil”, disse Dona Maria.

Já o pai, Keginaldo, se emociona ao falar do filho:

“Quando ele fala, eu choro. É difícil. Dois anos longe. Mas é um orgulho enorme. Ele é o único da nossa família com essa oportunidade.”

A conquista de Lucas representa mais do que uma realização pessoal: é um símbolo de esperança para outras famílias do interior, que veem na educação a chave para um futuro melhor.

“Como disse um professor dele: é um divisor de águas na vida dele e na nossa também. A gente sabe que isso pode trazer coisas grandes pra ele”, concluiu a mãe.

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