A tradicional medida de pressão arterial 12 por 8, considerada durante décadas como padrão ideal de saúde, deixou de ser referência nas novas diretrizes brasileiras de manejo da hipertensão arterial, apresentadas nesta quinta-feira (18) no 80° Congresso Brasileiro de Cardiologia.
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De acordo com a atualização, esse índice passa a ser classificado como pré-hipertensão, em linha com as recomendações europeias lançadas no fim de 2024. A mudança busca identificar precocemente indivíduos em risco e estimular medidas preventivas que possam retardar ou evitar o avanço da doença.
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Com a revisão, a pressão arterial considerada fora de risco deve apresentar sistólica abaixo de 120 mmHg e/ou diastólica inferior a 80 mmHg. Já os valores iguais ou superiores a 140 por 90 (14 por 9) continuam sendo o critério para o diagnóstico de hipertensão. Para pacientes já diagnosticados, a meta de controle estabelecida é de 130 por 80 (13 por 8).
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Em publicação nas redes sociais, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) destacou que a atualização é essencial “para quem busca fazer medicina baseada em evidências e alinhada às recomendações mais recentes”.
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Tratamento vai além dos medicamentos
As diretrizes reforçam ainda que o tratamento da hipertensão não deve se limitar ao uso de remédios. Os especialistas recomendam um conjunto de hábitos que incluem:
- Não fumar
- Praticar atividade física regularmente
- Manter uma dieta equilibrada
- Controlar o Índice de Massa Corporal (IMC) entre 18 e 24 kg/m²
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Em relação à alimentação, as orientações são claras: reduzir a ingestão de sal e álcool, além de aumentar o consumo de potássio na dieta.
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A mudança na classificação pode ampliar o número de brasileiros enquadrados como em risco de desenvolver hipertensão, uma das doenças crônicas mais prevalentes do país. A expectativa é que a medida contribua para diagnósticos mais precoces e maior engajamento em práticas de prevenção, reduzindo complicações associadas, como infarto e acidente vascular cerebral (AVC).
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