Após quase três horas de reunião com representantes da Prefeitura de Natal, os médicos de alta e média complexidade que prestam serviços ao município decidiram manter a paralisação dos atendimentos nos hospitais contratualizados pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS). O encontro aconteceu na tarde da última quinta-feira (16), mas terminou sem definição sobre o fim do movimento, que já chega ao quarto dia e tem provocado o cancelamento de dezenas de cirurgias e procedimentos.
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Segundo nota divulgada pela categoria, houve “avanços nas negociações”, mas a decisão sobre o encerramento da paralisação será tomada nesta sexta-feira (17), após nova assembleia. Desde o início da suspensão, na terça-feira (14), 90 cirurgias deixaram de ser realizadas apenas no primeiro dia, em áreas como oncologia, neurocirurgia, urologia, mastologia, cirurgia torácica, cardíaca e pediátrica, além de procedimentos de hemodinâmica.
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A Prefeitura apresentou uma proposta para pagar os honorários atrasados em 18 parcelas, mas os médicos rejeitaram o plano, alegando que o número de parcelas é inviável. A categoria aguarda uma nova proposta com menos parcelas, que deve ser apresentada ainda hoje.
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Outro ponto em debate foi o pagamento da produtividade acumulada desde setembro. De acordo com os médicos, o município se comprometeu a informar, na próxima quarta-feira (22), uma data de pagamento em parcela única. Também foi discutida a situação contratual dos profissionais, que desde o início de setembro estão sem vínculo formal com a Prefeitura nem com as empresas que assumiram os serviços após o fim do contrato com a Cooperativa Médica do Rio Grande do Norte (Coopmed-RN).
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Atualmente, 120 médicos participam da paralisação, o que tem impactado diretamente os atendimentos em hospitais conveniados como a Liga Contra o Câncer, o Hospital Infantil Varela Santiago, o Hospital do Coração e o Hospital Rio Grande.
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A Secretaria Municipal de Saúde havia informado que a Prefeitura apresentaria nesta sexta-feira uma proposta de Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) ao Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN), mas, até o fechamento desta matéria, a assessoria da pasta não confirmou se o documento foi protocolado.





