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Bloqueio na Ponte de Igapó causa prejuízo de R$ 233 milhões; STTU sugere mudanças para reduzir impactos


O bloqueio parcial da Ponte de Igapó, que conecta as zonas Norte e Oeste de Natal, vem gerando impactos para a população e a economia da cidade. Segundo um parecer da Secretaria de Mobilidade Urbana de Natal (STTU), o fechamento de uma das faixas da ponte, iniciado em setembro de 2023, está resultando em um prejuízo mensal de R$ 17,9 milhões, totalizando mais de R$ 233 milhões ao longo de 13 meses de interdição. A situação afeta pelo menos 350 mil moradores da zona Norte, que dependem da travessia para se deslocar diariamente.

O cálculo do impacto financeiro foi elaborado com base em dados do custo da hora trabalhada da população, considerando o salário mínimo e a perda média de 40 minutos por dia devido ao desvio de tráfego provocado pela obra. O parecer, assinado pelo diretor Newton Filho, ressalta que o prejuízo afeta diretamente a produtividade dos trabalhadores que cruzam a ponte, estimando que cerca de 280 mil pessoas sejam prejudicadas diariamente.

Para tentar reduzir os transtornos, a STTU sugeriu duas medidas: liberação do tráfego em uma das faixas da ponte durante o período noturno, das 17h às 7h, e nos fins de semana, para permitir a circulação em três faixas enquanto as obras não estiverem em execução. Essas medidas, de acordo com o parecer, ajudariam a melhorar o fluxo de veículos e amenizar os efeitos negativos que o bloqueio vem causando.

“Tais medidas, caso adotadas, ajudarão na melhoria do deslocamento e em razão da não confecção por parte do DNIT/Jatobeton de relatório de impacto de tráfego para a realização da obra nem de estudo de impacto socioeconômico, mitigarão os efeitos negativos gerados em razão da ausência de tais itens na execução”, concluiu o documento da STTU.

Laudo judicial sugere mudanças no canteiro de obras

Um laudo elaborado por um engenheiro civil, após determinação da 5ª Vara da Justiça Federal no Rio Grande do Norte, apontou a possibilidade de remanejamento do canteiro de obras para áreas próximas, como uma forma de aliviar o tráfego na ponte. A ação foi proposta pela Procuradoria Geral do Município (PGM), em nome da Prefeitura de Natal, em uma tentativa de acelerar a circulação e reduzir os prejuízos.

O laudo técnico sugere alternativas como a instalação de passarelas flutuantes e plataformas sobre a área de preservação, além de guinchos para movimentação de materiais. Contudo, o remanejamento poderia acarretar um aumento de R$ 4 milhões no orçamento e adicionar 11 meses ao prazo de execução da obra, que já está previsto para ser concluído apenas em maio de 2025, após a revisão do cronograma inicial que previa o término em janeiro do mesmo ano.

O Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (DNIT) justificou que a decisão de manter o canteiro na atual localização foi tomada para minimizar impactos ambientais e evitar a necessidade de licenciamento para novas áreas de preservação. Além disso, o DNIT afirmou que o canteiro de obras está localizado em uma área que apresenta riscos de segurança devido à presença de facções criminosas rivais.

Obras e orçamento

A intervenção na Ponte de Igapó, que recebe o nome oficial de Ponte Presidente Costa e Silva, começou em setembro de 2023 e possui um orçamento de R$ 20,8 milhões, oriundos do Orçamento Geral da União. Os serviços envolvem a restauração de estacas, blocos e pilares, substituição de asfalto e reforço estrutural, além de melhorias nos acessos de pedestres e recuperação de guarda-corpos. A ponte, que possui 600 metros de extensão, não havia passado por reparos significativos desde a construção de suas duas partes, em 1970 e 1985.

De acordo com uma nota divulgada pela Jatobeton Engenharia LTDA, empresa responsável pela obra, a sugestão de realocação do canteiro apresentada no laudo judicial é tecnicamente possível, mas exige uma reavaliação de custos e prazos. A empresa destacou que questões legais, como limites para aditivos contratuais previstos pela Lei Geral de Licitações, precisariam ser discutidas. “Essas deliberações e ajustes cabem ao contratante DNIT”, afirmou o advogado da empresa, Gustavo Monteiro.


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Bloqueio na Ponte de Igapó causa prejuízo de R$ 233 milhões; STTU sugere mudanças para reduzir impactos


O bloqueio parcial da Ponte de Igapó, que conecta as zonas Norte e Oeste de Natal, vem gerando impactos para a população e a economia da cidade. Segundo um parecer da Secretaria de Mobilidade Urbana de Natal (STTU), o fechamento de uma das faixas da ponte, iniciado em setembro de 2023, está resultando em um prejuízo mensal de R$ 17,9 milhões, totalizando mais de R$ 233 milhões ao longo de 13 meses de interdição. A situação afeta pelo menos 350 mil moradores da zona Norte, que dependem da travessia para se deslocar diariamente.

O cálculo do impacto financeiro foi elaborado com base em dados do custo da hora trabalhada da população, considerando o salário mínimo e a perda média de 40 minutos por dia devido ao desvio de tráfego provocado pela obra. O parecer, assinado pelo diretor Newton Filho, ressalta que o prejuízo afeta diretamente a produtividade dos trabalhadores que cruzam a ponte, estimando que cerca de 280 mil pessoas sejam prejudicadas diariamente.

Para tentar reduzir os transtornos, a STTU sugeriu duas medidas: liberação do tráfego em uma das faixas da ponte durante o período noturno, das 17h às 7h, e nos fins de semana, para permitir a circulação em três faixas enquanto as obras não estiverem em execução. Essas medidas, de acordo com o parecer, ajudariam a melhorar o fluxo de veículos e amenizar os efeitos negativos que o bloqueio vem causando.

“Tais medidas, caso adotadas, ajudarão na melhoria do deslocamento e em razão da não confecção por parte do DNIT/Jatobeton de relatório de impacto de tráfego para a realização da obra nem de estudo de impacto socioeconômico, mitigarão os efeitos negativos gerados em razão da ausência de tais itens na execução”, concluiu o documento da STTU.

Laudo judicial sugere mudanças no canteiro de obras

Um laudo elaborado por um engenheiro civil, após determinação da 5ª Vara da Justiça Federal no Rio Grande do Norte, apontou a possibilidade de remanejamento do canteiro de obras para áreas próximas, como uma forma de aliviar o tráfego na ponte. A ação foi proposta pela Procuradoria Geral do Município (PGM), em nome da Prefeitura de Natal, em uma tentativa de acelerar a circulação e reduzir os prejuízos.

O laudo técnico sugere alternativas como a instalação de passarelas flutuantes e plataformas sobre a área de preservação, além de guinchos para movimentação de materiais. Contudo, o remanejamento poderia acarretar um aumento de R$ 4 milhões no orçamento e adicionar 11 meses ao prazo de execução da obra, que já está previsto para ser concluído apenas em maio de 2025, após a revisão do cronograma inicial que previa o término em janeiro do mesmo ano.

O Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (DNIT) justificou que a decisão de manter o canteiro na atual localização foi tomada para minimizar impactos ambientais e evitar a necessidade de licenciamento para novas áreas de preservação. Além disso, o DNIT afirmou que o canteiro de obras está localizado em uma área que apresenta riscos de segurança devido à presença de facções criminosas rivais.

Obras e orçamento

A intervenção na Ponte de Igapó, que recebe o nome oficial de Ponte Presidente Costa e Silva, começou em setembro de 2023 e possui um orçamento de R$ 20,8 milhões, oriundos do Orçamento Geral da União. Os serviços envolvem a restauração de estacas, blocos e pilares, substituição de asfalto e reforço estrutural, além de melhorias nos acessos de pedestres e recuperação de guarda-corpos. A ponte, que possui 600 metros de extensão, não havia passado por reparos significativos desde a construção de suas duas partes, em 1970 e 1985.

De acordo com uma nota divulgada pela Jatobeton Engenharia LTDA, empresa responsável pela obra, a sugestão de realocação do canteiro apresentada no laudo judicial é tecnicamente possível, mas exige uma reavaliação de custos e prazos. A empresa destacou que questões legais, como limites para aditivos contratuais previstos pela Lei Geral de Licitações, precisariam ser discutidas. “Essas deliberações e ajustes cabem ao contratante DNIT”, afirmou o advogado da empresa, Gustavo Monteiro.


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