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Câmara dos Deputados vai pautar projetos contra “adultização” de crianças nas redes sociais

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Foto: Reprodução

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), anunciou nesta segunda-feira (11) que irá pautar projetos para combater e restringir perfis e conteúdos nas redes sociais que promovam a “adultização” de crianças e adolescentes. A pauta ganhou força após a grande repercussão do vídeo do youtuber e humorista Felipe Bressamin Pereira, conhecido como Felca, que denuncia a exploração de menores em conteúdos sensuais e inapropriados na internet.

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O vídeo de Felca, que já ultrapassou a marca de 27 milhões de visualizações, expõe casos alarmantes de exploração infantil. Entre os principais alvos das denúncias estão o influenciador paraibano Hytalo Santos, os canais “Bel para Meninas” e o canal da mãe da menor Caroline Dreher, que segundo o youtuber, vendem conteúdos íntimos envolvendo crianças e adolescentes.

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No vídeo, de quase 50 minutos, Felca reúne trechos desses conteúdos para evidenciar a exposição constrangedora de menores, inclusive denunciando suposta venda de material íntimo da adolescente Caroline Dreher. “Estamos falando de um problema gravíssimo, que não pode mais ser ignorado”, afirma o influenciador. A repercussão das denúncias resultou na suspensão de perfis citados e na abertura de investigações por parte das autoridades. Felca registrou boletins de ocorrência e ingressou com ações contra mais de 200 contas por difamação, propondo que os réus dessas ações doem recursos para entidades que trabalham na proteção infantil.

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“O vídeo do Felca sobre a ‘adultização’ das crianças chocou e mobilizou milhões de brasileiros. Esse é um tema urgente, que toca no coração da nossa sociedade. Na Câmara, há uma série de projetos importantes sobre o assunto. Nesta semana, vamos pautar e enfrentar essa discussão. Obrigado, Felca. Conte com a Câmara para avançar na defesa das crianças”, afirmou Hugo Motta em suas redes sociais.

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Felca defende a necessidade de uma pressão coletiva para que as redes sociais modifiquem suas políticas, bloqueiem e impeçam a monetização de conteúdos que utilizam crianças e adolescentes em situações impróprias. “Devemos tirar o dinheiro dessa galera que lucra com a exploração infantil. Sem financiamento, eles perdem a força”, declarou.

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O governo federal também manifestou apoio à iniciativa. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, destacou a responsabilidade das plataformas digitais no monitoramento e controle de conteúdos prejudiciais. “As plataformas são capazes de identificar praticamente tudo o que seus usuários fazem. Não podem se eximir de sua responsabilidade. A internet não pode ser uma terra sem lei, usada por pedófilos, incitadores de mutilações e suicídios, golpistas e criminosos”, declarou.

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Adultização infantil

A “adultização” infantil refere-se à exposição precoce de crianças a comportamentos, responsabilidades e conteúdos próprios da vida adulta, provocando a erotização precoce e prejuízos ao desenvolvimento emocional e psicológico. O Instituto Alana, organização dedicada à proteção dos direitos da criança e do adolescente, alerta que essa prática interfere negativamente na saúde mental dos menores.

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