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Categoria: Economia

Economia, emprego e desenvolvimento em linguagem clara e compreensível, focada no progresso econômico e social do Brasil. Leia notícias, reportagens e análises sobre os principais fatos que impactam na produção e na distribuição de renda.

Em nossos textos, a economia é abordada sem mistérios e mistificações. Tratamos os conceitos da área e os traduzimos de forma clara e compreensível para tornar o debate das questões centrais do desenvolvimento econômico, humano e social do país mais democrático e inclusivo.

Discuta a geração de emprego e renda, as políticas relacionadas ao trabalho e ao empreendedorismo. Conheça os efeitos da inovação tecnológica no mundo do trabalho.

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  • Governo Federal e estadual lançam R$ 130 milhões para revitalizar Porto de Natal e fortalecer exportações

    Governo Federal e estadual lançam R$ 130 milhões para revitalizar Porto de Natal e fortalecer exportações

    O Rio Grande do Norte avança em seu projeto de fortalecimento da infraestrutura logística e competitividade no cenário nacional e internacional com um pacote de investimentos estratégicos no Porto de Natal. Nesta segunda-feira (11), a governadora Fátima Bezerra e o ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, anunciaram recursos que totalizam R$ 130 milhões, frutos da articulação conjunta entre Governo do Estado, Governo Federal e setor privado.

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    A solenidade realizada no Terminal Marítimo de Passageiros do Porto de Natal, na Ribeira, contou ainda com a presença do vice-governador Walter Alves, secretários estaduais e autoridades. Os investimentos visam modernizar as instalações portuárias, ampliar a capacidade operacional do terminal, garantir maior segurança à navegação e fomentar o desenvolvimento econômico, com geração de empregos e maior eficiência no escoamento da produção potiguar.

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    Entre as obras mais relevantes estão a reforma de armazéns e galpões, contemplando a instalação de uma usina fotovoltaica no valor de R$ 9,3 milhões, medida que alia modernização das instalações elétricas à redução de custos e sustentabilidade ambiental. Outro destaque é a dragagem do canal de acesso do porto, com investimento estimado em R$ 60 milhões e licitação em andamento. A obra permitirá a ampliação da profundidade para a entrada de navios maiores, fator essencial para aumentar a movimentação de cargas.

    Foto: Sandro Menezes/Assecom

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    Complementam o pacote as construções das defensas da Ponte Newton Navarro e dos dolfins portuários — estruturas essenciais para a amarração e atracação segura de embarcações —, com aportes de R$ 52 milhões e R$ 10 milhões, respectivamente, fortalecendo a proteção da infraestrutura e a segurança da operação.

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    Além disso, foi anunciado o início dos estudos para implantação do Porto-Indústria Verde, com investimento previsto de R$ 11,6 milhões oriundos do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC). O projeto está alinhado à expansão dos setores de energia eólica offshore, hidrogênio verde e usos múltiplos, reforçando o compromisso do RN com a inovação e sustentabilidade no setor logístico e industrial.

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    Compromisso e visão de futuro

    Em seu pronunciamento, a governadora Fátima Bezerra destacou o caráter histórico do investimento. “Hoje é um dia memorável para o Rio Grande do Norte com a confirmação desses mais de R$ 130 milhões que vão transformar o Porto de Natal, promover emprego e impulsionar nossa economia. Agradeço o apoio do presidente Lula e do ministro Silvio Costa, que têm sido fundamentais nesse processo”, afirmou, ressaltando o compromisso do governo com o desenvolvimento integral do estado.

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    A agenda também inclui um estudo para análise socioeconômica e ambiental, que planeja alternativas tecnológicas e logísticas integradas para o estado, com previsão de início em agosto de 2025 e conclusão em setembro de 2027.

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    O vice-governador Walter Alves reforçou a importância das obras para a ampliação das exportações potiguares. “Hoje, muito do nosso escoamento depende de portos de outros estados como Pecém, Suape e Cabedelo. Com a modernização do Porto de Natal e o projeto do Porto-Indústria Verde, que deve mobilizar cerca de R$ 5,6 bilhões em parceria público-privada, nossa economia ganhará um novo fôlego”, ressaltou.

    Foto: Carmem Felix/Assecom

    O ministro Silvio Costa Filho lembrou que os investimentos representam a retomada após um longo período de estagnação, com a dragagem do porto sendo uma necessidade histórica, já que não era realizada desde 2009. “O RN é um estado economicamente relevante, mas perdeu muitas oportunidades por falta de investimentos. Hoje damos um passo decisivo para corrigir isso”, afirmou.

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    O evento também marcou o lançamento da safra 2025/2026 de frutas para exportação, que tem expectativa recorde de 300 mil toneladas movimentadas. A parceria entre a Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern) e a Agrícola Famosa reforça o papel do porto como referência nacional na exportação de frutas.

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    Paulo Henrique Macedo, diretor-presidente da Codern, destacou a modernização e o aumento da capacidade operacional. “Estamos revitalizando o porto em todos os aspectos. As defensas da ponte, por exemplo, permitirão operação 24 horas por dia, um avanço significativo. A dragagem está em fase final de licitação e as obras passam a ser geridas diretamente pela Codern”, explicou.

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    O anúncio contou com a participação do deputado federal Fernando Mineiro; dos deputados estaduais Hermano Morais, Divaneide Basílio e Ubaldo Fernandes; dos secretários Cadu Xavier (Fazenda), Alan Silveira (Desenvolvimento Econômico), Gustavo Coelho (Infraestrutura), Francisco Araújo (Segurança) e Guilherme Saldanha (Agricultura); do diretor-presidente do IDEMA, Werner Farkatt; da Controladora-Geral do Estado, Luciana Daltro; além do ex-deputado Henrique Alves, do comandante do 3º Distrito Naval, Jorge Ruiff; do presidente da Fiern, Roberto Serquiz; e do vereador Herbeth Senna, entre outras autoridades.

  • Lula e Alckmin se reúnem para definir pacote contra tarifa de 50% dos EUA sobre exportações brasileiras

    Lula e Alckmin se reúnem para definir pacote contra tarifa de 50% dos EUA sobre exportações brasileiras

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reúne na tarde desta segunda-feira (11), no Palácio do Planalto, com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, para definir os últimos detalhes do plano de contingência que visa mitigar os impactos da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros.

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    Fontes do governo informam que o pacote de medidas deve ser anunciado ainda hoje, antecipando o prazo inicial previsto para terça-feira (12). Embora não conste oficialmente na agenda, é esperada a presença do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e de outros membros da Esplanada dos Ministérios.

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    O programa, coordenado por Alckmin, pretende dar suporte aos setores econômicos mais afetados pela sobretaxa, preservando empregos e sustentando a atividade econômica nacional. No último sábado (9), o vice-presidente afirmou que o plano será “bem amplo”, com foco especial em setores como café, carne e indústria de máquinas. “O produto commodity é mais fácil de redirecionar. A indústria é mais específica e difícil de recolocar”, explicou.

    A sobretaxa foi determinada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e entrou em vigor em 6 de agosto. A medida impacta cerca de 36% das exportações brasileiras para o mercado americano, totalizando aproximadamente US$ 14,5 bilhões em 2024. Produtos como café, frutas e pescado estão entre os afetados.

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    Apesar da ampliação da tarifa, quase 700 itens continuam excluídos da sobretaxa e seguem com a alíquota anterior de 10%, anunciada em abril, incluindo produtos como suco de laranja e aeronaves.

  • Natal é a capital nordestina com maior competição entre postos de combustíveis, aponta estudo da ANP

    Natal é a capital nordestina com maior competição entre postos de combustíveis, aponta estudo da ANP

    Dados divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e publicados nesta sexta-feira (8) pela Folha de S. Paulo mostram que Natal é a capital nordestina com o maior grau de competição entre postos de combustíveis. A pesquisa, que analisou o desvio-padrão dos preços da gasolina nas capitais brasileiras, revela que a capital potiguar apresenta uma diferença média de R$ 0,344 entre os preços praticados nos postos — valor que supera significativamente outras capitais da região e é o segundo maior do país, ficando atrás apenas de São Paulo, com R$ 0,714.

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    No contexto regional, Natal está bem à frente de outras capitais nordestinas como João Pessoa (R$ 0,153), Recife (R$ 0,116) e Fortaleza (R$ 0,088). A média nacional de variação entre os preços dos postos foi de R$ 0,141, o que reforça ainda mais o destaque da capital potiguar.

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    A ANP explica que quanto maior o desvio-padrão, maior é a competição no mercado, já que isso indica variação nos preços motivada pela disputa por clientela. Com isso, Natal se posiciona como uma das poucas capitais brasileiras com um mercado de combustíveis efetivamente concorrencial, beneficiando o consumidor com mais opções e preços potencialmente melhores.

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    Para o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Rio Grande do Norte (Sindipostos RN), o resultado apenas confirma uma percepção antiga do setor local. “Essa informação da ANP valida algo que nós, como empresários e operadores do setor, sempre percebemos: em Natal existe uma concorrência de verdade entre os postos. Até porque, aqui nós temos uma das menores concentrações de mercado em termos de redes de postos. A atuação destas redes é muito pulverizada em Natal, o que contribui decisivamente para este dado que a ANP confirma agora. O melhor é que o contexto todo é saudável para o mercado e, principalmente, para o consumidor, que pode escolher com base em preço e qualidade. É um reflexo direto da liberdade comercial que ainda conseguimos preservar na cidade”, afirmou.

  • Exportações potiguares crescem 42,9% em julho

    Exportações potiguares crescem 42,9% em julho

    O Rio Grande do Norte registrou um salto expressivo nas exportações em julho deste ano, movimentando US$ 57,6 milhões, alta de 42,9% em relação ao mesmo mês de 2024 (US$ 40,3 milhões). Apesar do bom desempenho mensal, o acumulado de janeiro a julho de 2025 apresenta retração de 3,6% frente ao ano passado – US$ 549 milhões contra US$ 569,6 milhões em igual período de 2024.

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    Os dados constam no Boletim da Balança Comercial do RN, divulgado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec), que aponta também crescimento de 13,5% na movimentação total da balança comercial potiguar (soma das exportações e importações) no comparativo dos sete primeiros meses de cada ano.

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    O superávit de julho – diferença entre exportações e importações – foi de US$ 20,3 milhões, resultado de exportações de US$ 57,6 milhões contra importações de US$ 37,3 milhões. No mês, foram movimentados US$ 94,6 milhões em transações comerciais com o exterior.

    Entre os produtos vendidos pelo estado, o óleo combustível liderou a pauta, com US$ 25,3 milhões. Em seguida vieram o bulhão dourado (US$ 11,7 milhões), açúcar de cana (US$ 2,1 milhões), mamão fresco (US$ 2 milhões) e sal marinho (US$ 1,8 milhão).

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    Tarifaço de Trump e novos mercados

    O secretário-adjunto da Sedec, Hugo Fonseca, atribui o bom resultado de julho a dois fatores: a antecipação de compras por importadores norte-americanos diante do tarifaço de 50% anunciado pelo governo de Donald Trump sobre produtos brasileiros – medida que entrou em vigor no dia 6 de agosto – e a diversificação de mercados.

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    “Isso fez com que alguns importadores de lá antecipassem compras aqui no RN, mas o outro fator que nos dá certa segurança é a diversificação da balança. De junho para cá, começamos a exportar para novos mercados, como Portugal e China, o que contribuiu para o superávit registrado como um todo”, afirmou.

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    Já o titular da Sedec, Alan Silveira, afirma que a variação nos resultados acompanha o ritmo de produção dos setores exportadores. Segundo ele, a fruticultura, por exemplo, cresce apenas no segundo semestre, e por isso o tarifaço americano ainda não influenciou diretamente os números.

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    “O Governo do Estado tomou medidas como compensação financeira para exportações, aumento das isenções pelo Proedi e está planejando a abertura de novos mercados. Há também estudos para novos projetos que serão apresentados à governadora e medidas de estímulo à comercialização interna”, disse.

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    O desempenho exportador do RN em 2025 teve seu pico em janeiro (US$ 112,3 milhões), seguido de fevereiro (US$ 107,7 milhões). Março marcou a primeira grande queda do ano (US$ 70,5 milhões), com abril (US$ 76,8 milhões) e maio (US$ 77 milhões) em estabilidade. Junho registrou nova retração (US$ 47,1 milhões), recuperando-se em julho.

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    O Panamá foi o principal destino das exportações potiguares em julho (US$ 25,3 milhões), seguido por Canadá (US$ 12,1 milhões), Estados Unidos (US$ 6,2 milhões), Portugal (US$ 1,7 milhão) e China (US$ 1,6 milhão). Juntos, esses países responderam por 81,4% do total exportado.

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    Nas importações, os destaques foram gasolina (US$ 7,2 milhões), trigo e misturas com centeio (US$ 3,1 milhões) e hulha betuminosa (US$ 2 milhões). Os principais fornecedores foram Estados Unidos (US$ 10,7 milhões), China (US$ 10,2 milhões), Argentina (US$ 3,9 milhões), Colômbia (US$ 2,6 milhões) e Espanha (US$ 2,2 milhões), que juntos representaram 79,3% do total importado.

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    No acumulado de janeiro a julho, a movimentação total da balança comercial potiguar chegou a US$ 815,3 milhões.

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    *Com informações da Tribuna do Norte

  • Lula critica tarifa dos EUA e diz que “não vai se humilhar” para negociar com Trump

    Lula critica tarifa dos EUA e diz que “não vai se humilhar” para negociar com Trump

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira, 6, que não vê espaço, neste momento, para dialogar com o presidente americano, Donald Trump. A medida, anunciada de forma unilateral pela Casa Branca, começa a valer nesta quarta-feira (6) e afeta diretamente a competitividade de diversos setores brasileiros no mercado norte-americano.

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    Em entrevista à agência Reuters, Lula disse que, embora não hesite em estabelecer contato com Trump, a atual conjuntura não indica disposição do governo americano para negociações.

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    “No dia em que minha intuição disser que Trump está pronto para conversar, não hesitarei em ligar para ele. Mas hoje minha intuição diz que ele não quer conversar. E eu não vou me humilhar”, afirmou o presidente.

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    A nova tarifa foi justificada pelo governo Trump como uma resposta a “erros do governo brasileiro”, sem detalhamento técnico até o momento. Lula, por sua vez, criticou o teor das comunicações enviadas por Washington. “Eu não tenho para que ligar para o presidente Trump, porque nas cartas que ele mandou e, nas decisões, ele não fala em momento algum em negociação, ele faz somente novas ameaças. Na outra carta que ele anuncia os 50%, diz textualmente: ‘é porque o governo está cometendo erros’”, disse Lula. “Ele que cuide dos EUA. Do Brasil, cuidamos nós.”

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    A medida norte-americana atinge setores estratégicos das exportações brasileiras, como o agronegócio, siderurgia e produtos manufaturados. Ainda não há estimativas oficiais sobre o impacto financeiro, mas entidades do setor produtivo demonstram preocupação com a perda de mercado e aumento de custos logísticos.

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    Diante do impasse, o presidente afirmou que pretende discutir o tema com líderes dos países do Brics. Segundo ele, uma reunião com os presidentes da Índia, Narendra Modi, e da China, Xi Jinping, está sendo articulada para avaliar os efeitos do tarifaço e uma eventual resposta conjunta. “Vou tentar fazer uma discussão com eles sobre como é que cada um está dentro da situação, qual é a implicação que tem em cada país, para a gente poder tomar uma decisão”, declarou.

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    O Itamaraty, até o momento, não confirmou se o Brasil pretende acionar mecanismos multilaterais como a Organização Mundial do Comércio (OMC), mas interlocutores do governo admitem que o caso está sendo avaliado pela assessoria jurídica do Ministério das Relações Exteriores.

  • Conta de luz terá desconto em agosto para mais de 1,3 milhão de potiguares

    Conta de luz terá desconto em agosto para mais de 1,3 milhão de potiguares

    Mais de 1,3 milhão de consumidores no Rio Grande do Norte serão beneficiados com desconto na conta de energia elétrica neste mês de agosto, graças ao Bônus Itaipu, programa que distribui recursos provenientes da comercialização de energia da Usina Hidrelétrica de Itaipu.

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    A Neoenergia Cosern anunciou que o valor do abatimento pode chegar a R$ 32,56 por cliente, totalizando R$ 15,1 milhões em descontos aplicados diretamente nas faturas emitidas ao longo do mês. O benefício contempla clientes das classes residencial e rural que apresentaram, ao longo de 2024, consumo médio mensal inferior a 350 kWh, conforme estabelecido no Despacho nº 2.233/2025 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

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    O desconto é calculado individualmente, com base no histórico de consumo de cada cliente. A concessão ocorre em um momento oportuno, já que o mês de agosto será marcado pela bandeira vermelha patamar 2, que aumenta o valor da conta de energia em razão das condições menos favoráveis para geração elétrica.

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    Essa é a segunda vez em 2025 que o benefício é concedido no RN. Em janeiro, um número semelhante de consumidores — também cerca de 1,3 milhão — foi contemplado, com descontos que chegaram a R$ 46,52 e um repasse total de R$ 21,4 milhões.

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    O Bônus Itaipu representa uma estratégia de alívio financeiro para os consumidores, especialmente os que mantêm um consumo consciente de energia. A iniciativa também incentiva o uso mais eficiente dos recursos energéticos, ao premiar consumidores com menor gasto mensal.

  • Tarifa dos EUA atinge exportações de atum, sal e doces do RN; governo estadual lança pacote para conter prejuízos

    Tarifa dos EUA atinge exportações de atum, sal e doces do RN; governo estadual lança pacote para conter prejuízos

    O novo tarifaço anunciado pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já tem data para entrar em vigor, a partir da próxima quarta-feira, 6 de agosto, produtos potiguares como atum fresco, sal e doces passarão a ser taxados em até 50% para entrarem no mercado norte-americano. A medida impacta diretamente a economia do Rio Grande do Norte, que pode registrar uma perda anual estimada entre US$ 70 e 100 milhões, segundo a Federação das Indústrias do Estado (Fiern).

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    O cenário preocupa empresários e autoridades locais, especialmente diante da recente alta nas exportações do estado. Entre janeiro e junho de 2025, o RN exportou US$ 67,1 milhões para os EUA, o equivalente a 15% dos quase US$ 439 milhões comercializados com o exterior no primeiro semestre. O país é hoje o quarto maior parceiro comercial do estado.

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    “A preocupação é real. Nós vimos uma performance muito positiva nesse primeiro semestre. Alcançamos US$ 67 milhões de exportações, então a gente vinha em uma crescente”, afirmou Roberto Serquiz, presidente da Fiern.

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    Pesca de atum em risco

    O setor mais afetado será o pesqueiro, que exporta cerca de 80% do atum fresco pescado no RN para os Estados Unidos. A atividade movimenta aproximadamente R$ 278 milhões por ano e pode ter um impacto drástico com as novas tarifas.

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    “Mais de 1.500 empregos estão em risco só no setor industrial de pesca de atum. E não temos a opção de redirecionar esse pescado para a Europa, porque o Brasil está banido desde 2018”, alertou Arimar França, presidente do Sindicato da Indústria da Pesca do RN (Sindpesca-RN).

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    Ao todo, 45 das 47 mercadorias que compõem a pauta de exportações do RN para os EUA serão afetadas. Apenas o óleo combustível e a castanha de caju ficaram de fora da medida.

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    Medidas de contenção

    Em resposta ao tarifaço, o Governo do Rio Grande do Norte anunciou nesta semana um pacote de medidas para mitigar os impactos econômicos. Entre as ações, estão o aumento da desoneração fiscal para empresas do Programa de Estímulo ao Desenvolvimento Industrial (Proedi) e a liberação de créditos acumulados de ICMS.

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    “Essa iniciativa do Governo é para proteger os empregos gerados por essas empresas. Estamos atuando de duas formas. Primeiro, com a liberação dos créditos de ICMS. Isso é recurso direto às empresas”, explicou o secretário da Fazenda, Carlos Eduardo Xavier.

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    A governadora Fátima Bezerra foi enfática ao classificar o tarifaço como um “ataque à soberania econômica” do estado. “As consequências são danosas porque resultam em menos emprego, menos cidadania e menos desenvolvimento. O Governo do RN jamais poderia ficar omisso”,

    afirmou.

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    Estratégia internacional

    Além das medidas fiscais, o governo estadual quer ampliar a inserção dos produtos potiguares em outros mercados, com foco em países da América Latina e da Ásia. Também serão realizadas capacitações para exportadores em padrões internacionais e articuladas novas rotas comerciais e sanitárias.

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    Veja o que foi anunciado pelo Governo do RN:

    • Aumento da desoneração do ICMS para empresas do Proedi;
    • Liberação dobrada de créditos acumulados de ICMS para exportadoras afetadas;
    • Mapeamento de barreiras tarifárias e não tarifárias nos EUA;
    • Capacitação de exportadores em padrões internacionais e exigências sanitárias;
    • Articulação para novos acordos comerciais e protocolos fitossanitários;
    • Apoio à inserção de produtos potiguares em novos mercados, com foco na América Latina e Ásia.

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    O governo estadual também reforçou a necessidade de articulação com o governo federal para enfrentar os efeitos do tarifaço, que, segundo a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, afetará 96% dos produtos potiguares vendidos aos EUA.

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  • China abre mercado para 183 novas empresas brasileiras de café em meio a tarifaço dos EUA

    China abre mercado para 183 novas empresas brasileiras de café em meio a tarifaço dos EUA

    Enquanto os Estados Unidos impõem barreiras à exportação de café brasileiro, a China caminha na direção oposta. A Embaixada da China no Brasil anunciou, nas redes sociais, a autorização para que 183 novas empresas brasileiras possam exportar café ao país asiático. A medida entrou em vigor no dia 30 de julho, com validade de cinco anos, exatamente no mesmo dia em que o governo de Donald Trump oficializou o tarifaço sobre o café nacional, com taxação de 50% a partir de 6 de agosto.

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    Segundo dados divulgados pelos chineses, o consumo da bebida no país ainda é considerado baixo, com média de apenas 16 xícaras per capita por ano, bem distante da média global de 240. No entanto, o mercado chinês já mostra sinais de crescimento acelerado: entre 2020 e 2024, as importações líquidas de café aumentaram em 13,08 mil toneladas. “O café vem conquistando espaço no dia a dia dos chineses”, celebrou a Embaixada.

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    Nova rota em meio a incertezas

    A abertura do mercado chinês surge em um momento de apreensão para o setor cafeeiro brasileiro, após os Estados Unidos, principal destino do café nacional — imporem uma tarifa de 50% ao produto. De janeiro a junho de 2025, os EUA importaram 3,3 milhões de sacas de 60 quilos de café brasileiro, representando cerca de 23% das exportações totais, principalmente da variedade arábica, essencial para a indústria de torrefação norte-americana.

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    No mesmo período, a China ocupou a décima posição entre os compradores, com 529 mil sacas importadas, volume 6,2 vezes menor do que o adquirido pelos americanos. Ainda assim, com o novo cenário, o país asiático pode se tornar um destino estratégico para escoar o excedente.

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    Café fora da lista de exceções

    A Ordem Executiva assinada por Donald Trump incluiu cerca de 700 exceções à taxação, como suco de laranja, combustíveis, minérios, fertilizantes e aeronaves civis, mas o café ficou de fora. O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) informou que segue em tratativas para tentar incluir o produto entre os itens isentos do tarifaço.

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    Já o Ministério da Agricultura e o próprio Cecafé ainda não se manifestaram oficialmente sobre a ampliação das exportações para a China. Para pesquisadores do Cepea (Esalq/USP), o momento exige “agilidade logística e estratégia comercial para mitigar os prejuízos à cadeia produtiva nacional”.

  • I Feira da Agricultura Familiar e do Artesanato movimenta o Mercado Público de Martins e resgata tradição local

    Fotos: Kayo Gutierres

    No último sábado, 3 de maio, o Mercado Público Municipal de Martins voltou a ser palco de encontros, sabores e cultura com a realização da I Feira da Agricultura Familiar e do Artesanato, realizada pela Prefeitura Municipal, através da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Pesca. O evento marcou o início de uma nova fase para o prédio histórico, que há anos estava quase sem uso e agora passa a ser utilizado como espaço de valorização da produção local e da tradição martinense, como compromisso assumido pelo prefeito em campanha.

    Com barracas repletas de frutas, verduras, licores, mel, comidas típicas e artesanato feito por mãos da terra, a feira foi um verdadeiro retrato da riqueza da agricultura familiar e da criatividade dos artesãos da cidade. A animação ficou por conta do tradicional forró pé de serra, com direito a uma animada quadrilha puxada por Chico Mantega, figura querida e conhecida por comandar as festas juninas em Martins.

    Fabiana, artesã que produz peças em cerâmica ao lado de sua irmã, e do seu irmão que produz peças em madeira destacou a importância do espaço e da valorização do artesanaro nessa gestão. “Chega a ser emocionante ver nosso trabalho exposto em um lugar tão bonito e cheio de vida. Estamos tendo agora a oportunidade de mostrar nosso artesanato, nossa cultura, e a feira só veio a alavancar essa oportunidade de todos verem o arte dos martinenses”, disse.

    Já a agricultora Aurizete, que levou suas comidas feitas com alimentos direto da roça, comemorou a realização do evento: “É um momento muito importante para todos nós da agricultura familiar. Espero que essa seja só a primeira de muitas feiras. O prefeito está de parabéns pela sensibilidade e por abrir esse espaço para o povo”, destacou feliz.

    Para o prefeito Cesar Móveis, a feira é um passo importante para devolver ao Mercado Público seu papel original: ser um ponto de encontro do povo, onde a produção local é valorizada e a cultura é celebrada. “Estamos resgatando as feiras de Martins e dando espaço ao que é nosso. É assim que queremos fortalecer nossa identidade e gerar oportunidade para nossa gente”, afirmou o gestor.

    O evento também contou com a presença do vice-prefeito Gileno de Oliveira, o secretário municipal de Agricultura, Abraão Maximiano, demais secretários municipais, dos deputados João Maia e Isolda Dantas, e do secretário de Estado da Agricultura Familiar, Alexandre Lima, reforçando o apoio das esferas estadual e federal à iniciativa.

    A feira é o primeiro passo de um projeto maior que pretende realizar edições periódicas no local, transformando o Mercado Público em um espaço vivo, de economia criativa, cultura popular e fortalecimento da identidade martinense.

  • Governo do RN garante licenças e obra de dragagem no Porto de Natal entra em contagem regressiva

    Governo do RN garante licenças e obra de dragagem no Porto de Natal entra em contagem regressiva

    Fotos: Carmem Felix

    Após anos de espera e entraves burocráticos, o Porto de Natal caminha, enfim, para um novo ciclo de desenvolvimento. O Governo do Rio Grande do Norte anunciou nesta sexta-feira (4) a concessão de duas licenças fundamentais para a viabilização da aguardada dragagem do terminal portuário, etapa essencial para ampliar sua capacidade de operação e atrair novos negócios. O gesto marca o avanço técnico da obra, e principalmente, o esforço coordenado de lideranças que têm atuado nos bastidores para tirar o projeto do papel.

    As autorizações vieram do Idema, com a renovação da Licença de Regularização de Operação (LRO), e do Igarn, que concedeu a Licença de Obra Hidráulica. Com isso, o caminho está oficialmente aberto para o início da dragagem, serviço que não é realizado desde 2009. O edital de licitação já foi publicado, e a abertura das propostas está marcada para o dia 26 de junho.

    “Nós acreditamos que, não havendo nenhuma impugnação, vamos conseguir concluir essa obra até o fim do ano”, afirmou o diretor-presidente da Companhia Docas do RN (Codern), Paulo Henrique Macedo, um dos protagonistas desse processo. Ele também destacou o impacto direto da dragagem: “Manteremos o calado em 10 metros, e com as defensas da ponte Newton Navarro, vamos chegar a 12 metros de profundidade. Isso amplia significativamente a capacidade do porto em atrair grandes navios e novos negócios.”

    Macedo fez questão de enaltecer o trabalho coletivo que permitiu esse avanço: “Estamos virando agora a chave de um dos piores momentos do Porto de Natal, e isso só está sendo possível graças à união de forças: o governo Lula, a governadora Fátima, instituições como a Fiern, Receita Federal, Corpo de Bombeiros, e tantos outros que têm trabalhado juntos.”

    Ao lado dele, o diretor técnico e comercial da Codern, Paulo Sidney, também teve papel estratégico. Foi ele quem acompanhou de perto, ao lado do presidente Paulo Henrique, a maratona em Brasília para garantir os recursos federais — mais de R$ 110 milhões destinados ao Porto de Natal. O empenho pessoal da dupla, especialmente em reuniões com o Ministério de Portos e Aeroportos, foi crucial para assegurar os valores, sendo R$ 62 milhões para a dragagem e mais de R$ 40 milhões para as novas defensas da ponte e do cais.

    A governadora Fátima Bezerra comemorou a conquista: “Com essas licenças, a obra da dragagem está cada vez mais perto. Garantimos os recursos em Brasília e seguimos firmes na missão de transformar o Porto de Natal em uma ferramenta ainda mais forte de geração de empregos, renda e desenvolvimento.”

    Para o diretor-geral do Idema, Werner Farkatt, a renovação da licença de operação representa um marco. “Emitimos a licença há dois anos e, desde então, o Porto fez as adaptações necessárias. Agora renovamos por mais seis anos, com todas as exigências ambientais atendidas.”

    Já o diretor do Igarn, Procópio Lucena, destacou os reflexos econômicos da licença hidráulica: “Ela vai permitir a chegada de mais navios, mais cargas. Isso é mais emprego, mais desenvolvimento. O RN está avançando com base em parcerias sérias.”