Deputados federais do Rio Grande do Norte usaram as redes sociais para comemorar a derrubada da Medida Provisória 1303/2025, editada pelo Governo Lula (PT) com o objetivo de aumentar impostos sobre bancos, grandes investidores e criptomoedas, como forma de compensar perdas na arrecadação federal. A retirada de pauta da MP foi aprovada na Câmara dos Deputados por 251 votos a 193, o que fez com que a medida perdesse validade.
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Da bancada potiguar, seis deputados votaram pela retirada de pauta: Benes Leocádio e Carla Dickson (União Brasil), General Girão e Sargento Gonçalves (PL), João Maia e Robinson Faria (PP). Apenas Fernando Mineiro e Natália Bonavides, ambos do PT, defenderam a manutenção da medida.
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O deputado Benes Leocádio (União Brasil) afirmou que seu voto foi guiado pela defesa da economia popular.
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“Votei a favor da retirada de pauta da Medida Provisória que aumentava impostos, defendendo o bolso do trabalhador e o crescimento do País. Sigo firme contra qualquer medida que penalize quem mais precisa”, declarou o parlamentar.
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Na mesma linha, Carla Dickson (União Brasil) comemorou a decisão como uma vitória da população.
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“Mais dinheiro no seu bolso, menos nas mãos do governo. Missão cumprida! Continuaremos lutando!”, publicou.
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A deputada ainda ironizou o governo Lula por, segundo ela, “morder e assoprar”, ao anunciar isenção de Imposto de Renda para os mais pobres em uma semana e, na seguinte, propor aumento de impostos para os mais ricos.
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“A ‘esquerdalhada’ está doida, enlouquecida, dizendo que o Brasil vai parar. O Brasil precisa economizar. Quem tem que dar exemplo é o presidente Lula. Sabe quanto ele gastou na viagem a Nova York? R$ 3 milhões. Nós que temos que pagar esta conta? De jeito nenhum”, afirmou Carla, em vídeo gravado do plenário da Câmara.
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Entre os parlamentares mais alinhados à oposição, o tom foi de embate direto ao governo.
O deputado Sargento Gonçalves (PL) classificou o resultado como uma “vitória contra o PT”.
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“Menos impostos, mais liberdade e prosperidade para o Brasil! Derrubamos a MP do Lula que queria aumentar e criar 10 novos impostos, uma manobra para arrecadar R$ 17 bilhões em 2026, justamente em ano eleitoral. Com 251 votos contra 193, o Congresso disse não a mais esse ataque ao bolso do trabalhador.”
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Já o General Girão (PL) chamou a decisão de “derrota do desgoverno Lula e vitória do contribuinte”.
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“O combo tributário do governo tropeçou na própria pressa”, disse o deputado, acrescentando que “não adianta o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ameaçar com corte de emendas parlamentares”.
“Nós estamos do lado do povo!”, concluiu Girão.
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Reação do governo
Em resposta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lamentou o resultado e afirmou que a derrubada da MP “não é uma derrota do governo, mas do povo brasileiro”.
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“Essa medida reduzia distorções ao cobrar a parte justa de quem ganha e lucra mais. Impedir essa correção é votar contra o equilíbrio das contas públicas e contra a justiça tributária”, declarou Lula em suas redes sociais.
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Durante entrevista a uma rádio na Bahia nesta quinta-feira (10), o presidente reforçou a crítica.
“Eu fico muito triste, porque ontem o Congresso poderia ter aprovado para que os ricos pagassem um pouco mais de impostos. Eles não derrotaram o governo. Derrotaram o povo brasileiro.”
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Lula disse que vai reunir a equipe econômica após retornar de viagem à Itália, onde participa de um evento sobre o combate à fome, para discutir novas alternativas de arrecadação.
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“O sistema financeiro, sobretudo as fintechs, porque tem fintech hoje maior do que banco, precisa pagar o imposto devido a esse país”, completo.





