A conclusão do Complexo Turístico da Redinha, uma obra de reestruturação ambiciosa com um orçamento de R$ 25 milhões, está programada para a primeira semana de outubro, segundo informações da Secretaria de Infraestrutura de Natal (Seinfra). Com 97% das obras finalizadas, o novo complexo promete modernizar a Praia da Redinha, mas também tem gerado controvérsia entre moradores e trabalhadores locais devido à concessão do espaço à iniciativa privada.
O Complexo, que inclui um novo Mercado com um andar, 33 boxes, sete restaurantes, uma praça de alimentação, mirante, píer e deck para embarcações, está sendo entregue à iniciativa privada por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP). A concessão foi aprovada pela Câmara Municipal de Natal no início de setembro e terá duração de 25 anos, com a empresa vencedora responsável pela exploração comercial do espaço.
Para a concessão, a empresa vencedora cobrará uma taxa mensal de aproximadamente R$ 650, oferecendo isenção no primeiro ano e descontos graduais nos anos subsequentes. Além disso, o contrato exige que a concessionária mantenha 10% das unidades locáveis para comerciantes da Praia da Redinha e que 30% de sua força de trabalho seja composta por moradores locais.
No entanto, a privatização gerou descontentamento entre os trabalhadores e moradores locais. O antigo Mercado da Redinha tinha 33 permissionários, dos quais 16 estavam localizados dentro do mercado e 17 fora. Segundo o Projeto de Lei nº 465/2024, os antigos comerciantes terão um contrato válido por três anos, renovável por mais três, mas a proposta foi recebida com ceticismo.
Reação dos Trabalhadores e Moradores
Os trabalhadores do Mercado da Redinha, muitos dos quais estão no local há décadas, expressaram preocupação com a privatização. “Todos são contra a privatização”, afirmou um representante dos permissionários, que alegou que a categoria não foi adequadamente consultada durante as discussões. Além disso, muitos se sentiram excluídos das negociações, pois apenas uma parte dos trabalhadores recebeu indenização ou uma oportunidade de continuar suas atividades no novo complexo.
O descontentamento se manifestou em protestos, incluindo uma manifestação na Ponte Newton Navarro em julho e uma lotação das galerias da Câmara Municipal durante a discussão sobre a concessão.
Expectativas da Comunidade
Por outro lado, alguns moradores e trabalhadores veem a conclusão das obras com otimismo. Ivonise Januário, de 77 anos e comerciante há 48 anos, é uma das poucas beneficiadas pelo processo de concessão. Ela espera que a modernização traga novos turistas e oportunidades de negócios. “Eu tenho esperanças que vai trazer muitos turistas, está ficando muito bonito”, afirmou.
Paulo Carpegiane, morador local, também vê a reestruturação de forma positiva. Ele acredita que a modernização trará benefícios significativos para a região, ajudando a revitalizar o turismo e melhorar a economia local. “Essas obras vão organizar e com certeza vai dar uma melhorada grande para os comércios da região”, avaliou.
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