A estudante Juliana Soares, vítima de tentativa de feminicídio após ser espancada pelo ex-namorado Igor Cabral, desmentiu nesta semana que tenha qualquer intenção de se candidatar a vereadora de Natal. A informação falsa surgiu a partir de dois vídeos publicados nas redes sociais pelo vereador Matheus Faustino (União Brasil), que questionava se Juliana se filiaria ao PT e afirmou, sem apresentar fontes, que “é o que todos os veículos de imprensa já estão dizendo”.
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Juliana respondeu às publicações pelas redes sociais, afirmando que não possui “nenhuma ligação partidária” e que sua participação em eventos políticos sempre foi apartidária. “A minha pauta é apartidária e eu frequento os lugares que me forem convenientes e que eu for tratada com respeito. Parem de inventar fake news com meu nome e imagem”, protestou.
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Os vídeos de Faustino faziam referência a aparições de Juliana ao lado de políticos do PT, incluindo a governadora Fátima Bezerra e as vereadoras Samanda Alves e Brisa Bracchi. Para o parlamentar, uma possível filiação ao partido seria “uma hipocrisia”, alegando que o PT teria votado contra a saidinha de presos, o que poderia beneficiar o agressor de Juliana. No entanto, a informação é falsa, Igor Cabral ainda não foi julgado e não tem direito a saída temporária, benefício previsto na Lei de Execuções Penais apenas para presos em regime semiaberto.
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Mesmo após o desmentido, Faustino publicou outro vídeo criticando Juliana por ter aparecido novamente ao lado da vereadora Brisa Bracchi durante a 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, realizada recentemente em Brasília. “É o velho ditado: diga-me com quem tu andas que eu te direi quem és”, afirmou o vereador.
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Juliana também participou de uma solenidade na Câmara Municipal de Natal, em 25 de agosto, em alusão à campanha Agosto Lilás, voltada ao combate à violência contra a mulher.
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Na ocasião, foi homenageada e posou ao lado de parlamentares como a vereadora Camila Araújo (União Brasil), informação que Faustino omitira ao criticar a estudante.
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Em nova manifestação nas redes sociais, Juliana classificou as ações de Faustino como “pífias”, afirmando que ele “transformou a mentira em método” e utiliza o sofrimento alheio como palco para autopromoção. “Espalhar fake news sobre uma falsa candidatura pelo PT, jogar o nome de uma mulher na lama e assistir seus seguidores atacarem o perfil da vítima com ódio e ironia é o que ele faz”, escreveu.
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A estudante reafirmou que não é candidata, nunca foi, e se define como uma sobrevivente, não apenas da violência física, mas também do linchamento virtual que enfrenta nas redes sociais.
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