A Justiça do Rio Grande do Norte condenou a ex-governadora Rosalba Ciarlini Rosado e mais 20 réus por atos de improbidade administrativa relacionados à contratação irregular da Associação Marca para administrar o Hospital da Mulher Parteira Maria Correia, em Mossoró. A decisão foi proferida pela 3ª Vara da Fazenda Pública de Natal, em ação movida pelo Ministério Público Estadual (MPRN).
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O caso, que se arrastava desde 2014, envolveu depoimentos, auditorias e perícias realizadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-RN). Segundo o MPRN, Rosalba determinou pessoalmente a dispensa de licitação, alegando emergência sanitária na área materno-infantil. No entanto, a auditoria do TCE apontou que os dados utilizados eram genéricos e não comprovavam situação de calamidade.
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Foram identificadas falhas graves na execução dos contratos, como ausência de notas fiscais, pagamentos antecipados, duplicidade de repasses e falta de comprovação dos serviços prestados. Os recursos repassados à Associação Marca e às empresas subcontratadas ultrapassaram R$ 23 milhões, sem comprovação de aplicação na implantação e funcionamento do hospital, sendo parte dos valores destinados a pagamentos alheios ao contrato.
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Entre os condenados estão ex-gestores da Secretaria de Saúde, como Domício Arruda e Maria das Dores Burlamaqui, além de representantes das empresas envolvidas no esquema. A Justiça concluiu que houve ação dolosa com o objetivo de burlar o processo licitatório e direcionar recursos públicos.
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A sentença prevê as seguintes medidas:
- Ressarcimento de R$ 11,9 milhões ao erário;
- Multa equivalente ao valor do dano;
- Suspensão dos direitos políticos por oito anos;
- Proibição de contratar com o poder público por cinco anos.





