Licitação do transporte público de Natal prevê concessão de 15 anos, ampliação de linhas e ônibus com ar-condicionado

A aguardada licitação do transporte público de Natal deve prever um contrato de concessão com validade de 15 anos e promete modernizar a rede de mobilidade da capital potiguar. A informação foi confirmada pela secretária municipal de Mobilidade Urbana, Jódia Melo, durante audiência pública realizada nesta segunda-feira (26), na Câmara Municipal. O edital, segundo ela, está em fase final de ajustes com base nas recomendações do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e deve ser lançado no segundo semestre deste ano.
Entre as principais mudanças previstas está a ampliação da rede de transporte coletivo: o número de linhas saltará de 54 para 85, e a frota passará de 350 para 424 ônibus em circulação. Os veículos terão, no máximo, 12 anos de uso e deverão contar com itens como ar-condicionado, câmeras de segurança e tempo máximo de espera de até 30 minutos nos pontos de ônibus — exigência considerada essencial diante das queixas recorrentes de usuários.
“Estamos tratando de um dos maiores problemas enfrentados pela população: a mobilidade urbana. Depois de 30 anos, temos a oportunidade real de ver avançar um processo licitatório no transporte público da capital”, afirmou o vereador Léo Souza (Republicanos), presidente da Comissão de Transportes da Câmara e responsável por convocar a audiência. Ele defendeu o redesenho das linhas, especialmente na zona Norte, e reforçou a necessidade de tornar o sistema mais eficiente e atrativo tanto para usuários quanto para empresários.
Durante a audiência, representantes da Prefeitura, empresários do setor e membros da sociedade civil discutiram os pontos centrais do edital e apresentaram sugestões para garantir que o novo modelo atenda de fato às demandas da população.
Jódia Melo também chamou atenção para um desafio que impacta diretamente o sistema: a queda no número de passageiros transportados. Segundo a titular da STTU, a demanda atual representa apenas 60% do volume registrado antes da pandemia — abaixo da média nacional, que é de 80%. Ela atribui esse cenário ao crescimento dos transportes por aplicativo e ao avanço da insegurança pública, fatores que têm afastado usuários do transporte coletivo.
Apesar dos obstáculos, a secretária demonstrou otimismo: “Estamos construindo um modelo que valorize o transporte público e que recupere a confiança da população. A licitação é um passo histórico e estratégico para Natal.”
Caso os prazos sejam cumpridos, o novo sistema de transporte público da cidade deve começar a operar a partir de 2026, marcando o fim de um ciclo de três décadas sem licitação formal na capital. A expectativa é que, com a chegada de novos operadores e exigências técnicas mais rígidas, Natal finalmente avance rumo a uma mobilidade urbana mais digna, segura e eficiente.
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