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Natália Bonavides critica operação policial no Rio e classifica como “genocídio da juventude negra”


A deputada federal Natália Bonavides (PT-RN) fez duras críticas à megaoperação policial deflagrada no Rio de Janeiro que deixou mais de 120 mortos, classificando o episódio como um retrato da violência sistemática e do racismo estrutural que marcam as políticas de segurança pública no Brasil. A declaração foi feita durante um discurso da parlamentar em manifestação contra a reforma administrativa, realizada em Brasília, na quarta-feira (29).

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A Operação Contenção, conduzida pelas polícias Civil e Militar fluminenses, é considerada a ação mais letal da história das forças de segurança brasileiras, superando o massacre do Carandiru, em 1992, que deixou 111 mortos. Segundo Natália, o episódio representa mais um capítulo da política de extermínio dirigida à juventude pobre e negra das periferias. “Antes de mais nada, eu queria deixar a nossa estrita solidariedade ao povo do Rio de Janeiro por uma operação desastrosa que jamais teria acontecido a céu aberto num bairro de rico. Nós temos que ter muita atenção a esse tema, porque é uma extensão e uma ampliação do verdadeiro genocídio da juventude pobre e negra que acontece no nosso país”, declarou.

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Em suas redes sociais, Bonavides voltou a se manifestar sobre o tema, classificando a ação como uma “chacina do Estado” e exigindo investigação rigorosa e responsabilização das autoridades. “Essa chacina no Rio de Janeiro jamais teria acontecido a céu aberto num bairro de rico! Minha estrita solidariedade às famílias das vítimas. É inaceitável a política criminosa do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, de morte do povo preto e periférico. Que seja investigado e responsabilizado!”, escreveu.

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A operação, que durou mais de 15 horas, teve como alvo comunidades do Complexo da Penha e da Maré, mobilizando centenas de agentes e veículos blindados, além de helicópteros. Organizações de direitos humanos e movimentos sociais criticaram a ação, chamando-a de “massacre institucionalizado” e cobrando posicionamento do governo federal.

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Para Natália Bonavides, episódios como o do Rio de Janeiro revelam a necessidade de repensar o modelo de segurança pública adotado no país. “Não se trata de combate ao crime, mas de uma política de morte que tem cor, classe e território. É o Estado brasileiro mirando seus fuzis contra o próprio povo”, disse.

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