Pacientes e acompanhantes do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Oeste II, em Natal, realizaram um protesto na manhã desta quarta-feira (1º) para denunciar a falta de médicos psiquiatras na unidade. Segundo os manifestantes, a ausência de especialistas tem feito com que laudos psiquiátricos sejam emitidos por médicos generalistas, o que gera problemas para o reconhecimento desses documentos por órgãos públicos.
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“É motivo de humilhação ter esse direito negado. Eles não aceitam laudos dos clínicos gerais. Precisamos de um psiquiatra e não é para hoje não, é para ontem. É porque não são eles que estão precisando, por isso fazem isso com a gente”, afirmou Cleone Cláudia Araújo da Silva, mãe de uma paciente acompanhada pelo Caps Oeste II.
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De acordo com os familiares, a falta de psiquiatras vem se repetindo desde fevereiro. Sem os laudos corretos, pacientes têm perdido direitos à gratuidade no transporte público e até benefícios do INSS, que também não aceita laudos emitidos por clínicos gerais.
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“O psiquiatra precisa assinar esse laudo pra gente e isso não está acontecendo. A unidade tem apenas dois médicos generalistas e o laudo que o clínico geral faz, a perícia médica não aceita”, reclama Cleone.
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Posicionamento da Prefeitura
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) afirmou que o Caps Oeste II conta com um médico psiquiatra e dois clínicos com especialização em saúde mental, que prestam todos os acolhimentos aos usuários atendidos no local. A secretaria também destacou que a farmácia do serviço dispõe de todos os medicamentos disponibilizados pelo município e realiza a distribuição regular aos pacientes.
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Histórico de problemas na rede psicossocial
Em 31 de julho de 2024, o Caps III Leste – Dr. André Luís, no bairro de Petrópolis foi fechado, por interdição da Vigilância Sanitária devido à falta de condições estruturais mínimas.
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Os pacientes, responsáveis por cerca de dois mil atendimentos mensais, foram transferidos para o Ambulatório de Prevenção e Tratamento de Tabagismo, Alcoolismo e outras Drogas (APTAD), em Neópolis. Na ocasião, a SMS prometeu uma sede temporária no bairro de Santos Reis até o final de 2024, mas o espaço ainda não foi inaugurado.
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Durante o período de transição, os usuários foram orientados a buscar atendimento nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de seus territórios ou, em casos de urgência, nas Unidades de Pronto Atendimento (Upas) do município ou no Hospital dos Pescadores (Hospesc).
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O protesto desta quarta reflete a insatisfação de pacientes e familiares com os impactos da falta de psiquiatras, que afeta não apenas o atendimento clínico, mas também o acesso a direitos garantidos por lei.
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*Com informações do Saiba Mais
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