A Procuradoria-Geral da República (PGR) está prestes a formalizar, nos próximos dias, a denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe, relacionada aos eventos do 8 de janeiro e outros atos anteriores que, segundo ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), são considerados golpistas. A expectativa é que a acusação seja feita ainda em fevereiro, coincidindo com a retomada dos trabalhos no Legislativo e no Judiciário.
A investigação, até o momento conduzida pela Polícia Federal, já resultou no indiciamento de 40 pessoas, incluindo o próprio Bolsonaro e ex-ministros de seu governo. Entre os indiciados estão figuras como o ex-ministro da Defesa e da Casa Civil, Braga Netto, atualmente preso, o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, e o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, além de outros generais e oficiais militares. O indiciamento de Bolsonaro foi um dos marcos da investigação, que também apura os atos que antecederam os tumultuados eventos de 8 de janeiro.
Com a aproximação do início do ano eleitoral de 2026, membros do STF têm demonstrado a intenção de acelerar o andamento do caso. Existe a expectativa de que o processo avance de maneira substancial ainda em 2025, a fim de evitar que a discussão sobre as acusações interfira no cenário eleitoral. Para isso, há a possibilidade de o procurador-geral da República, Paulo Gonet, optar por “fatiar” as denúncias, segmentando os casos em diferentes grupos, o que poderia agilizar o julgamento e permitir que o STF se debruçasse sobre as acusações de forma mais rápida.
Após a formalização da denúncia, caberá ao STF decidir se transforma os investigados em réus, dando continuidade ao processo. Em seguida, a Suprema Corte terá que agendar o julgamento de mérito, quando será analisado se o governo Bolsonaro, incluindo o ex-presidente, tentou implementar um golpe no Brasil.
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