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Se essa moda pega: na China, chupetas para adultos ganham popularidade


O que antes era visto apenas em berçários agora começa a aparecer nas ruas, escritórios e até no trânsito de cidades chinesas: adultos utilizando chupetas como forma de lidar com estresse, ansiedade e insônia. A prática, que desperta curiosidade e estranhamento, ganhou força nas redes sociais e já é apontada por alguns adeptos como aliada para melhorar o sono e até reduzir o consumo de cigarros.

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Segundo reportagem do jornal asiático My News, o mercado para esse público vem crescendo, com modelos produzidos em silicone ou borracha vendidos por plataformas de comércio eletrônico. Os preços variam de R$ 8 a R$ 350 (na conversão direta). Consumidores relatam experiências positivas. “Macio, confortável e não atrapalha a respiração”, descreveu um usuário. Outro afirmou que a chupeta “traz conforto psicológico e reduz a inquietação” durante períodos de abstinência do cigarro. Há ainda quem utilize o objeto no expediente de trabalho, buscando a sensação de segurança associada à infância.

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Nas redes sociais, vídeos mostram pessoas usando chupetas em momentos de estresse no trânsito, durante crises de burnout ou no intervalo do trabalho. Alguns personalizam o acessório com adesivos, pedrarias e miçangas.

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Apesar da popularidade, dentistas e psicólogos alertam para possíveis riscos físicos e emocionais. O dentista Tang Caomin, de Chengdu, afirma que o uso prolongado, mais de três horas por dia, pode causar movimentação dentária e que vendedores “minimizam intencionalmente” esses riscos. Ele também aponta perigo de partes do acessório serem inaladas durante o sono.

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No campo psicológico, a preocupação é de que a prática funcione como um mecanismo de fuga. A psicóloga Zhang Mo, também de Chengdu, explica que a chupeta pode impedir o enfrentamento das causas reais do estresse. “A verdadeira solução não é se tratar como uma criança, mas encarar o desafio diretamente e resolvê-lo”, defende.

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Para especialistas em comportamento, o hábito pode ser entendido pelo fenômeno da regressão, quando o indivíduo retorna a comportamentos de uma fase anterior da vida em busca de conforto e segurança. Em um mundo hiperconectado e acelerado, a busca por soluções rápidas para aliviar tensões, que vão de chás e massagens a técnicas de respiração, encontra na chupeta um recurso inusitado, mas que ainda divide opiniões.

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*Com informações do Metrópoles

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