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  • Equoterapia: conheça como funciona a terapia alternativa para crianças com TEA no RN

    Equoterapia: conheça como funciona a terapia alternativa para crianças com TEA no RN

    No Rio Grande do Norte, uma terapia alternativa vem conquistando o coração de pais e mães de crianças diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA): a equoterapia. A prática, que utiliza cavalos como aliados terapêuticos, é reconhecida pelos seus benefícios sensoriais, motores e cognitivos, especialmente para o público autista. Recentemente, a Polícia Militar do RN inaugurou o seu próprio Centro de Equoterapia, abrindo vagas para a comunidade autista na capital potiguar.

    A equoterapia funciona através do movimento do cavalo, que proporciona estímulos diversos aos pacientes, desenvolvendo suas capacidades físicas, emocionais e sociais. “Para as crianças com TEA, além de melhorar o equilíbrio e a postura, a prática estimula a sensibilidade tátil, visual, olfativa e auditiva”, explica a fonoaudióloga Liliana Câmara, do Centro de Equoterapia e Equitação do RN (CEERN), com 22 anos de experiência na área.

    No estado, há quatro centros ativos de equoterapia. O mais recente, o Centro da PMRN, opera no Regimento da Cavalaria na zona Norte de Natal, e conta com fisioterapeuta, psicólogo e equoterapeuta. “Realizar a equoterapia era um sonho do coronel Moreira, que finalmente conseguimos viabilizar em julho”, comenta a tenente Angélica Pascoal, coordenadora do projeto.

    Durante as sessões, que ocorrem às terças e quartas-feiras, 14 crianças realizam atividades de 30 minutos. Cada sessão envolve exercícios específicos, como o uso de bola para trabalhar equilíbrio e foco, e as turmas são divididas entre dependentes de policiais e o público em geral.

    Thiago Aldenir, pai da pequena Thalita, de 5 anos, destaca a importância da terapia como uma alternativa leve e eficaz. “Ela gosta muito, e já vemos avanços no equilíbrio e no contato visual. A experiência em cima do cavalo faz com que ela fique mais focada”, relata.

    Pais e responsáveis apontam melhorias como coordenação motora, postura e regulação emocional. Priscila Oliveira, mãe de Piero, de 13 anos, descreve a terapia como transformadora. “O contato com os cavalos o ajudou a desenvolver empatia e habilidades sociais que pareciam distantes”, conta Priscila, que vê a terapia como um momento de desconexão do mundo digital e um resgate da conexão com a natureza.

    Outro caso é o de Jean Miguel, de 8 anos, que está em tratamento há quatro meses e apresentou avanços expressivos. “Ele aprendeu a ter paciência e já aceita mudanças na rotina, algo que antes era muito difícil”, afirma sua mãe, Jéssica Cirilo.

    Além do centro da PMRN, o Parque de Exposições Aristófanes Fernandes, em Parnamirim, oferece sessões de equoterapia através do projeto da Secretaria de Agricultura e Pesca (SAPE), que em parceria com a UFRN e a ANQM, realizou 1.200 atendimentos neste ano.

    A prática da equoterapia chegou ao Brasil na década de 70 e foi oficialmente reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina em 1997. Desde então, a Associação Nacional de Equoterapia do Brasil (ANDE-Brasil) regulamenta e promove a terapia no país, onde existem atualmente mais de 320 centros.

    Benefícios da Equoterapia

    Os benefícios da equoterapia são diversos e impactam tanto o desenvolvimento físico quanto o emocional dos pacientes. Entre os principais resultados observados estão:

    • Melhoria do Equilíbrio e Postura: Os movimentos do cavalo exigem que o paciente trabalhe o equilíbrio, fortalecendo a musculatura e a postura.
    • Estímulo Sensorial e Cognitivo: As sessões proporcionam estímulos variados — visuais, táteis, olfativos e auditivos —, favorecendo o desenvolvimento sensorial e a consciência corporal.
    • Aumento da Interação Social: A presença do cavalo e dos terapeutas contribui para que o paciente melhore habilidades sociais, como o contato visual e a comunicação.
    • Redução da Ansiedade e Aumento da Autoconfiança: O vínculo com o animal é especialmente benéfico para reduzir a ansiedade e aumentar a confiança

    Os interessados em participar da Equoterapia no Centro da PMRN podem entrar em contato pelo e-mail equoterapia.pmrn@gmail.com para obter informações sobre inscrição e requisitos, incluindo a apresentação de indicação médica.

    Com informações da Tribuna do Norte*

  • Pesquisadores da UFRN desenvolvem tecnologia para tratamento da Esquizofrenia

    Pesquisadores da UFRN desenvolvem tecnologia para tratamento da Esquizofrenia

    Na última terça-feira (9), o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) expediu uma carta-patente para uma tecnologia desenvolvida por pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), com potenciais impactos na área da química e da medicina, visando aprimorar o tratamento de pessoas diagnosticadas com esquizofrenia.

    Os efeitos colaterais da medicação tradicional para esquizofrenia, como tremores, agitação, insônia, sonolência, tonturas, disfunção sexual e ganho de peso, têm impacto direto na rotina e na qualidade de vida dos pacientes. Com o intuito de melhorar esse cenário, Sibele Berenice Castellã Pergher, Artur de Santana Oliveira e Ana Clécia Santos de Alcântara, cientistas da UFRN, desenvolveram o produto patenteado.

    A tecnologia consiste em um material compósito, composto por argila e dois biopolímeros. Essa combinação de materiais resultou no que os autores chamam de bionanocompósito. Os materiais compósitos são heterogêneos, compostos por dois materiais diferentes com propriedades complementares.

    Sibele Pergher, coordenadora da equipe, explica que o compósito tem a capacidade de aprisionar a droga olanzapina, utilizada no tratamento da esquizofrenia, e controlar sua liberação no organismo. Com esse controle, o tratamento tende a ser mais eficaz, pois a droga é liberada no local exato onde o organismo precisa absorvê-la.

    Depositada em 2016, sob o nome “Bionanocompósito lpm-7 para liberação controlada de olanzapina a partir do argilomineral montmorillonita”, a invenção tem o potencial de impactar a vida de cerca de 30 milhões de pessoas em todo o mundo que convivem com a esquizofrenia. A doença geralmente se manifesta entre os 12 e 30 anos de idade, levando muitas vezes a uma sensação de desconexão e isolamento.

    Essa concessão de patente é a terceira da UFRN este ano e reforça a posição da universidade como a instituição de ensino com mais patentes nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. A UFRN ocupa essa posição desde fevereiro de 2022, tendo obtido 14 concessões em 2023, a segunda melhor marca anual da universidade em sua história.