Portal

ZN

Tag: Justiça

  • TCE suspende contratos de terceirização da gestão das UPAs de Natal por falhas em estudos técnicos

    TCE suspende contratos de terceirização da gestão das UPAs de Natal por falhas em estudos técnicos

    O Tribunal de Contas do Estado (TCE-RN) determinou a suspensão dos contratos firmados pela Prefeitura do Natal para a terceirização da gestão das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) com Organizações Sociais de Saúde (OSS). A decisão foi publicada na manhã desta sexta-feira (5) pelo conselheiro relator do processo e ainda será apreciada pelos demais membros da Primeira Câmara da Corte.

    .

    A medida tem como base a constatação de falhas nos Estudos Técnicos Preliminares (ETPs) que fundamentaram os chamamentos públicos. De acordo com o relator, os documentos apresentados pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) contêm generalidades e carecem de dados concretos que comprovem a vantagem econômica ou a melhora na qualidade do atendimento com o novo modelo.

    .

    O voto aponta a falta de memória de cálculo, planilhas de custos e comparativos com a gestão pública direta. Também não foram apresentados indicadores atuais, como tempo médio de espera, taxa de resolutividade e custo por atendimento, confrontados com as projeções do modelo terceirizado.

    .

    As justificativas, segundo o relator, ficaram restritas a afirmações genéricas, sem comprovação prática. Outro ponto considerado irregular foi o modelo de pagamento previsto nos editais, 80% fixo e 20% variável, classificado como incompatível com o artigo 12, §1º, da Lei nº 9.637/1998, por não vincular os repasses à estrutura real de custos.

    .

    No mês passado, um parecer técnico do próprio TCE já havia recomendado a suspensão imediata dos editais, destacando a falta de transparência, a ausência de estudos econômicos detalhados e a não participação do Conselho Municipal de Saúde no processo.

    .

    O documento também apontava riscos de sobrecustos e aditivos contratuais, prática registrada em experiências semelhantes em outras capitais, como no Rio de Janeiro, onde contratos de OSS tiveram acréscimos médios de 20% ao longo da execução.

    .

    Outro aspecto levantado na decisão foi a exigência de inscrição prévia das OSS no Conselho Regional de Administração do RN. Segundo o relator, essa condição não possui respaldo legal na Lei Municipal nº 6.295/2011 nem no Decreto nº 13.360/2025, restringindo indevidamente a competitividade e criando barreiras para a participação de outras entidades.

    .

    Com a decisão do relator, os contratos permanecem suspensos até que o caso seja analisado em definitivo pela Primeira Câmara do TCE. A Prefeitura do Natal ainda não se manifestou sobre a determinação.

  • Mulher será indenizada em R$ 30 mil após perder ovário por falha médica de Natal

    Mulher será indenizada em R$ 30 mil após perder ovário por falha médica de Natal

    Uma mulher será indenizada em R$ 30 mil após perder um ovário devido à falha no atendimento médico em um hospital privado de Natal. A decisão foi mantida, por unanimidade, pela 2ª Turma Recursal Permanente dos Juizados Especiais Cíveis, Criminais e da Fazenda Pública do Rio Grande do Norte, que confirmou a sentença de primeira instância.

    .

    O caso ocorreu quando a paciente tinha apenas 17 anos. Ela procurou o hospital privado com fortes dores abdominais e, após exames, foi diagnosticada com um cisto no ovário. Embora os médicos reconhecessem a necessidade de cirurgia, o procedimento foi classificado como não urgente, e apenas medicação para dor foi prescrita.

    .

    Quatro meses depois, com a piora do quadro, a adolescente voltou ao hospital, mas não houve solução. Em seguida, buscou atendimento em um hospital público de Parnamirim, onde uma médica constatou que o ovário estava torcido e parcialmente necrosado, sendo necessária a retirada do órgão.

    .

    Segundo a decisão judicial, o hospital privado não comprovou ter tomado medidas adequadas para evitar o agravamento da situação. Para o juiz responsável, a paciente acabou perdendo parte do sistema reprodutor por falha no atendimento médico, caracterizando dano passível de indenização.

    .

    A indenização de R$ 30 mil será paga pelo hospital à vítima, que agora busca reestabelecer sua saúde e lidar com as consequências do procedimento.

  • Justiça condena Cinemark após funcionário ridicularizar influenciador Ivan Baron por deficiência

    Justiça condena Cinemark após funcionário ridicularizar influenciador Ivan Baron por deficiência

    A Justiça do Rio Grande do Norte determinou que a rede de cinemas Cinemark indenize o influenciador digital e ativista Ivan Baron por danos morais, após episódio de discriminação ocorrido em julho de 2023 no Shopping Midway Mall, em Natal.

    .

    Segundo o processo, um funcionário do cinema teria ridicularizado Ivan, imitando seu modo de andar “em tom de escárnio”, após a sessão de estreia do filme Barbie. Ivan possui deficiência motora causada por paralisia cerebral e atua na defesa dos direitos das pessoas com deficiência. Embora não tenha percebido o ato no momento, o influenciador foi informado por seguidores no dia seguinte e registrou boletim de ocorrência.

    .

    Durante o processo, Ivan alegou violação de honra e dignidade, apontando que a Cinemark não preservou integralmente as imagens das câmeras de segurança, fornecendo apenas registros parciais. No entanto, uma testemunha confirmou o episódio em juízo, reforçando a versão do autor. A magistrada ressaltou que ridicularizar uma pessoa com deficiência configura ato discriminatório e ofensivo.

    .

    “O comportamento adotado pelo funcionário da ré é objetivamente ilícito, ainda que isolado, pois traduz escárnio direcionado à condição física do autor, o que ultrapassa os limites do aceitável em qualquer ambiente, especialmente em espaço público comercial que deve prezar pelo respeito e inclusão”, destacou a decisão.

    .

    A Cinemark foi condenada a pagar R$ 3 mil de indenização, com base na responsabilidade objetiva do empregador prevista no Código Civil e no Código de Defesa do Consumidor. A defesa de Ivan, porém, informou que vai recorrer para tentar aumentar o valor, alegando que o montante é desproporcional diante da gravidade do ato e da dimensão econômica da empresa.

    .

    “Tivemos o reconhecimento inédito do capacitismo recreativo pelo juízo de primeiro grau, o que já representa um avanço importante. No entanto, o valor fixado de R$ 3 mil é desproporcional diante da gravidade do ato e da dimensão econômica do Cinemark. Por isso, recorremos para majorar a indenização”, afirmou o advogado Ronny César.

    .

    Ivan Baron se consolidou como uma das principais vozes da luta anticapacitista no Brasil. Em 2023, participou da cerimônia de passagem da faixa presidencial a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e atualmente soma mais de 1 milhão de seguidores em suas redes sociais. Em abril de 2025, uma lei que leva seu nome instituiu em Natal uma Política Municipal de Combate ao Capacitismo.

    .

    Aos 3 anos, ele contraiu meningite viral, que resultou em paralisia cerebral e mobilidade reduzida. Mesmo com as limitações, concluiu o ensino médio e iniciou estudos em nutrição antes de seguir pedagogia. Sua atuação tem chamado atenção para a importância do combate ao preconceito e à discriminação de pessoas com deficiência no cotidiano.

    .

    “Eu jamais esperava que isso acontecesse em um lugar de lazer, de entretenimento, aonde fui para me divertir. Saber que ainda sou ridicularizado pelo fato de ter uma deficiência mostra que não avançamos em nada na luta anticapacitista e por mais respeito”, declarou Ivan Baron.

  • Justiça suspende contratos da Saúde de Natal por descumprimento de decisão judicial

    Justiça suspende contratos da Saúde de Natal por descumprimento de decisão judicial

    A Justiça determinou a suspensão de dois contratos da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Natal por descumprimento de decisão anterior, em medida assinada pelo juiz Francisco Seráphico da Nóbrega Coutinho, da 6ª Vara da Fazenda Pública. A ação foi movida pela Cooperativa de Trabalho e de Serviços de Saúde do Brasil (Coopsaúde), que questionou irregularidades no processo de contratação sem licitação.

    .

    O caso envolve a Dispensa Eletrônica nº SMS 003/2025, que previa a contratação direta de serviços de saúde. Em maio, a Justiça havia determinado que a Prefeitura republicasse o edital e reabrisse o prazo para que novas empresas pudessem apresentar propostas. Apesar da determinação, o Município limitou-se a publicar um aviso retirando apenas uma exigência contestada, sem reabrir o prazo, o que motivou a suspensão dos contratos nº 005/2025 e nº 006/2025. Com a decisão, o início dos serviços, previsto para 1º de setembro, está temporariamente impedido.

    .

    O juiz estabeleceu ainda um prazo de 48 horas para que os gestores da SMS e da Prefeitura apresentem comprovação da republicação correta do edital. Caso não cumpram, poderão ser multados em R$ 10 mil por dia, com limite máximo de R$ 50 mil. O Ministério Público do Estado (MPRN) também foi acionado para acompanhar o cumprimento da decisão e garantir que os trâmites legais sejam respeitados.

  • STF mantém prisão de Robinho por estupro após rejeitar novo recurso da defesa

    STF mantém prisão de Robinho por estupro após rejeitar novo recurso da defesa

    O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria, nesta sexta-feira (29), para rejeitar mais um recurso da defesa do ex-jogador Robinho e manter a execução da pena de 9 anos de prisão por estupro coletivo, crime cometido em 2013, na Itália. O julgamento acontece em plenário virtual e os ministros podem registrar seus votos até o fim do dia.

    .

    A defesa contestava decisão anterior da Corte que confirmou o entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ), responsável por homologar a sentença da Justiça italiana e determinar o cumprimento imediato da pena no Brasil. Os advogados alegavam que a prisão seria ilegal, argumentando que o crime ocorreu antes da Lei de Migração, sancionada em 2017, e que a norma não poderia ser aplicada retroativamente.

    .

    Relator do caso, o ministro Luiz Fux rejeitou o pedido e afirmou que a defesa tenta rediscutir pontos já analisados. Segundo ele, o artigo da Lei de Migração não altera a condenação, o regime ou a duração da pena, apenas define o local de cumprimento da sanção, o que, na sua avaliação, deve valer para todos os casos semelhantes. O voto foi acompanhado por Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, André Mendonça e Cristiano Zanin.

    .

    O ministro Gilmar Mendes abriu divergência e defendeu a soltura de Robinho, argumentando que a prisão não poderia ter sido decretada antes do esgotamento de todos os recursos possíveis e que a aplicação da Lei de Migração não poderia retroagir.

    .

    Robinho está preso desde março de 2024, na Penitenciária de Tremembé, em São Paulo. O crime ocorreu em uma boate de Milão, quando o ex-atleta atuava pelo Milan. A condenação foi confirmada em última instância pela Justiça italiana em 2022, e posteriormente homologada pelo STJ, já que Robinho, por ser brasileiro nato, não pode ser extraditado.

  • Justiça determina reativação de radares em rodovias federais desligados por falta de recursos

    Justiça determina reativação de radares em rodovias federais desligados por falta de recursos

    O Tribunal de Justiça do Distrito Federal determinou nesta segunda-feira (18) que o governo federal, sob o comando do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), reative os radares eletrônicos em rodovias federais que haviam sido desligados por falta de recursos.

    .

    De acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), o custo anual para manter o sistema em operação é estimado em R$ 364 milhões, mas o orçamento deste ano destinou apenas R$ 43,3 milhões para essa finalidade.

    .

    Na decisão, a juíza Diana Wanderlei afirmou que a paralisação do sistema representa um verdadeiro “apagão das rodovias”, colocando em risco a vida de motoristas diante do aumento da velocidade em trechos sem fiscalização.

    .

    Conforme a determinação, o DNIT deve notificar todas as concessionárias em até 24 horas para religar os equipamentos, sob pena de multa diária de R$ 50 mil por radar não operante. Além disso, o órgão tem 72 horas para detalhar as consequências do desligamento e informar o valor necessário para garantir o pleno funcionamento dos radares.

    .

    O governo federal terá cinco dias para apresentar um planejamento orçamentário que assegure a manutenção dos equipamentos.

    A decisão decorre de uma ação popular movida pelo senador Fabiano Contarato (PT-ES) em 2019, após o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciar a retirada dos radares de operação. Na época, a Justiça homologou um acordo que manteve os radares em trechos com maior índice de mortalidade.

    .

    A juíza Diana Wanderlei destacou que os radares não só reduzem acidentes e mortes no trânsito, mas também desempenham papel estratégico em investigações criminais, como roubos de cargas e sequestros em estradas. Ela classificou a suspensão dos contratos como omissão qualificada do Estado, com potencial de configurar improbidade administrativa e crime de responsabilidade:

    .

    “No caso, a questão é evidente: uma conduta de omissão qualificada do Estado (Poder Executivo Federal) em grandes proporções, podendo configurar até improbidade administrativa e crime de responsabilidade dos diretamente envolvidos, caso não seja solucionada com a maior brevidade”, disse a juíza.

  • Homem preso com arsenal e submetralhadora 3D em Natal é solto e passará a usar tornozeleira eletrônica

    Homem preso com arsenal e submetralhadora 3D em Natal é solto e passará a usar tornozeleira eletrônica

    Um homem de 33 anos, preso em flagrante na tarde desta segunda-feira (11) em Natal com um arsenal que incluía uma submetralhadora de fabricação 3D para munições de 9mm, foi liberado poucas horas depois, durante audiência de custódia. A Justiça determinou que ele seja monitorado por tornozeleira eletrônica.

    .

    A prisão ocorreu após policiais do Comando de Policiamento da Capital, por meio da 1ª Companhia do 4º Batalhão de Polícia Militar, atenderem a uma denúncia de violência doméstica na Rua Nova Galileia, bairro Nossa Senhora da Apresentação, Zona Norte de Natal.

    .

    No local, com autorização para entrar na residência, os militares localizaram uma pistola calibre .40 e, durante buscas, encontraram ainda:

    • Submetralhadora de fabricação 3D para munições de 9mm
    • Pistola calibre .40 com dois carregadores
    • Revólver calibre .38
    • 48 munições calibre 9mm
    • 34 munições calibre .40
    • 5 munições calibre .38

    .

    O suspeito, que estava nas proximidades observando a movimentação policial, foi localizado com apoio de uma segunda equipe e assumiu a posse de todo o material. Uma mulher de 41 anos, também conduzida à Delegacia de Plantão, foi encaminhada junto ao homem para os procedimentos legais cabíveis.

    .

    Apesar da gravidade da ocorrência, o homem foi liberado na manhã desta terça-feira (12) após audiência de custódia, e deverá cumprir medidas cautelares com monitoramento eletrônico, conforme determinação judicial.

  • Polícia conclui inquérito e indicia ex-jogador por tentativa de feminicídio

    Polícia conclui inquérito e indicia ex-jogador por tentativa de feminicídio

    A Polícia Civil do Rio Grande do Norte concluiu o inquérito que investigava a brutal agressão cometida pelo ex-jogador de basquete Igor Eduardo Pereira Cabral, de 29 anos, contra a namorada, de 35 anos, no último dia 26 de julho. O crime aconteceu dentro de um elevador de um condomínio em Ponta Negra, na zona Sul de Natal, e foi registrado por câmeras de segurança. Igor foi indiciado por tentativa de feminicídio e permanece preso preventivamente.

    .

    A vítima, que ficou internada após o espancamento, prestou depoimento por escrito ainda no hospital à equipe da Delegacia Especializada de Pronto Atendimento a Grupos em Situação de Vulnerabilidade (DPAGV). As diligências foram iniciadas ainda durante o plantão policial.

    Com base no depoimento da vítima, imagens de vídeo e outros elementos colhidos, a Polícia Civil representou pela prisão preventiva do agressor, que foi acatada pela Justiça. O caso passou a ser conduzido pela Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher da Zona Leste, Oeste e Sul (DEAM/ZLOS), que ouviu novamente a vítima, além de quatro testemunhas, dois policiais militares e o próprio investigado.

    .

    No relatório final, Igor foi indiciado por tentativa de feminicídio, com base no artigo 121-A, §2º, incisos I e V, combinado com o artigo 14, inciso II, do Código Penal Brasileiro. A Polícia Civil também recomendou a manutenção da prisão preventiva, destacando a gravidade dos fatos, a periculosidade do indiciado e a necessidade de preservar a integridade física e psicológica da vítima.

    .

    Atualmente, o ex-jogador está custodiado na Cadeia Pública Dinorá Simas Lima Deodato, em Ceará-Mirim, na Grande Natal. De acordo com a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap), ele foi alocado em uma ala compatível com seu perfil psicossocial, conforme avaliação feita internamente.

    .

    O inquérito foi encaminhado ao Ministério Público e ao Poder Judiciário, que agora devem dar seguimento à ação penal.

    .

    A Polícia Civil reforça a importância da denúncia em casos de violência doméstica, que pode ser feita de forma anônima pelo Disque 181.

  • Deputado Taveira Júnior e familiares são condenados por esquema de servidores fantasmas em Parnamirim

    Deputado Taveira Júnior e familiares são condenados por esquema de servidores fantasmas em Parnamirim

    A Justiça do Rio Grande do Norte condenou o deputado estadual Taveira Júnior (União Brasil), sua irmã e uma tia por envolvimento em um esquema de “servidores fantasmas” na Câmara Municipal de Parnamirim. A decisão, publicada em 10 de março, determina a devolução dos valores recebidos indevidamente, acrescidos de juros de 1% ao mês desde as nomeações ocorridas entre 2001 e 2004.

    As irregularidades aconteceram durante a gestão do então vereador Rosano Taveira, pai do deputado e posteriormente prefeito de Parnamirim entre 2017 e 2024. Apesar de estar diretamente ligado ao episódio, Rosano Taveira não foi condenado a devolver valores aos cofres públicos.

    De acordo com a investigação conduzida pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN), os servidores nomeados não exerciam atividades compatíveis com os cargos ocupados. A Justiça rejeitou a justificativa apresentada pelos condenados de que realizavam identificação de demandas da população nos bairros. Segundo a decisão, tais atividades não se enquadram nos critérios para cargos de chefia, direção ou assessoramento.

    O juiz João Henrique Bressan de Souza, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Parnamirim, destacou na sentença que não há qualquer registro de expediente, relatórios de atividades ou documentação que comprove a atuação dos servidores. Além disso, o magistrado apontou que houve “dolo” na conduta dos envolvidos, ou seja, consciência da irregularidade e intenção de obter benefícios indevidos.

    Quem são os condenados?

    • Silvana Jacqueline Taveira – irmã de Taveira Júnior, nomeada como Consultora Legislativa.
    • Rosano Taveira da Cunha Júnior – deputado estadual, nomeado como Assessor de Nível Médio.
    • Rodrigo Torres Taveira – filho de Rosano Taveira, também nomeado como Assessor de Nível Médio.
    • Hipólito Alexandre Lopes – nomeado para o cargo de Assessor Parlamentar.

    A defesa dos réus anunciou que irá recorrer da decisão, alegando que os servidores exerciam suas funções, ainda que externamente. O advogado do grupo afirmou, em nota, que a condenação tem efeitos exclusivamente patrimoniais, sem impacto nos direitos políticos dos envolvidos.

  • Justiça mantém prisão de Wendel Lagartixa e outros acusados de envolvimento em homicídio na Redinha

    Justiça mantém prisão de Wendel Lagartixa e outros acusados de envolvimento em homicídio na Redinha

    A Justiça do Rio Grande do Norte decidiu, nesta quinta-feira (30), manter a prisão preventiva do policial militar reformado Wendel Lagartixa, acusado de integrar um grupo de extermínio responsável pelo sêxtuplo homicídio ocorrido em Natal, em 2022. Além dele, outros três indivíduos, incluindo dois ex-policiais militares, também permanecerão detidos, conforme a decisão da Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado.

    Os acusados foram presos durante a operação “Aqueronte”, que investiga o assassinato de seis pessoas no bairro da Redinha, zona Norte de Natal, ocorrido no dia 29 de abril de 2022. O homicídio aconteceu no Bar Torú, onde o proprietário, Rommenigge Camilo dos Santos, um ajudante de cozinha e um servente de pedreiro foram mortos a tiros. Outros três indivíduos ficaram feridos, configurando homicídio tentado.

    A operação foi conduzida pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que, com base em investigações, apontou a presença dos acusados no local do crime. Wendel Lagartixa, ex-candidato a deputado estadual, foi preso em maio de 2024, quando estava na Bahia em viagem para o Rio Grande do Sul, após ser flagrado com uma arma de fogo ilegal. Embora tenha sido absolvido dessa acusação, Lagartixa permanece preso devido ao mandado de prisão expedido pela Justiça potiguar.

    De acordo com a decisão da Justiça, os depoimentos apresentados pela defesa dos réus não foram suficientes para comprovar que eles estavam em outro local no momento do crime. Além disso, imagens anexadas ao processo contradizem as versões apresentadas pelos acusados, o que levou o tribunal a acatar o pedido do Ministério Público para manter a prisão preventiva de Lagartixa e decretar a de outros três envolvidos: Francisco Rogério da Cruz, João Maria da Costa Peixoto e Roldão Ricardo dos Santos Neto.

    A operação “Aqueronte” investiga a possibilidade de o crime ter sido cometido por um grupo de extermínio ou milícia privada, caracterizando uma ação criminosa de grande gravidade. Este fator pode, inclusive, agravar as penas dos acusados caso sejam condenados.

    A defesa de Wendel Lagartixa ainda pode recorrer da decisão que mantém sua prisão preventiva, mas, por enquanto, ele e os demais acusados seguirão detidos à disposição da Justiça.