O Senado dos Estados Unidos aprovou, por 52 votos a 48, a anulação das tarifas extras de até 40% sobre produtos brasileiros, impostas durante o governo do ex-presidente Donald Trump. A decisão representa uma vitória simbólica para o comércio bilateral, mas ainda depende da aprovação na Câmara dos Representantes, controlada por uma maioria republicana contrária à medida.
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As taxas haviam sido aplicadas com base na Lei de Poderes de Emergência Econômica Internacional (IEEPA), após Trump declarar uma suposta “emergência econômica” envolvendo o Brasil, justificativa considerada infundada e politicamente motivada pelos autores da nova resolução.
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O projeto aprovado no Senado busca restaurar a normalidade nas relações comerciais entre os dois países, encerrando um ciclo de atritos iniciado durante o governo Trump, marcado por uma série de medidas protecionistas.
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Entre os produtos brasileiros mais afetados pelas tarifas estavam café, petróleo e suco de laranja, setores que sofreram forte impacto na exportação para o mercado americano.
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O senador Tim Kaine, democrata da Virgínia e um dos principais autores da resolução, afirmou que a revogação das tarifas “reduz o impacto econômico sobre os consumidores americanos e devolve racionalidade à política comercial dos Estados Unidos”. Apenas cinco republicanos, entre eles o libertário Rand Paul, votaram ao lado dos democratas.
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Apesar da aprovação no Senado, analistas apontam que a proposta deve enfrentar obstáculos na Câmara, onde os republicanos têm poder para barrar medidas que contrariem as diretrizes do partido e a agenda econômica de Trump, que mantém forte influência sobre a bancada.
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Caso a resolução seja aprovada também na Câmara, ela reverterá oficialmente o chamado “tarifaço”, representando uma mudança histórica na política tarifária americana contra o Brasil e um reaproximar diplomático após anos de tensões comerciais entre os dois países.
