Segundo dados do 1º Boletim Epidemiológico de Violências Interpessoais e Autoprovocadas, divulgado nesta terça-feira (9) pela Secretaria Municipal de Saúde de Natal (SMS), as unidades de saúde pública de Natal – rede pública e privada – receberam 2.324 notificações de pacientes que sofreram de violências interpessoais (ou domésticas) e autoprovocadas no ano de 2023.
Os dados também apontam que das 642 notificações de violência interpessoal (violências que ocorrem de forma doméstica ou intrafamiliar, ocorrendo entre conhecidos ou parentes, que podem ser agressões físicas, tortura, negligência e/ou violências psicológicas, financeiras e/ou sexuais), registradas em Natal em 2023, 475 das ocorrências foram com vítimas pessoas do sexo feminino.
Segundo o boletim, a violência física foi a que apresentou mais registros, em 418 casos, seguida da violência sexual, com 210 casos.
743 casos de violência autoprovocada, sendo o perfil epidemiológico das vítimas contabilizando
Já a violência autoprovocada (qualquer ato cometido intencionalmente pelo indivíduo com o objetivo de autoagressão, automutilação ou autoextermínio.), teve registro maior de ocorrência também com mulheres: 523 casos registrados (do total de 743).
O boletim também detalhou ossuicídios que foram registrados nas unidades de saúde das redes pública e particular. Dos 48 casos notificados, 40 foram de homens, segundo o Sistema Informação de Mortalidade (SIM).
De acordo com a coordenadora do setor de Vigilância Epidemiológica de Natal, Elecinda Elaine Moreira, o monitoramento também serve de alerta aos profissionais de saúde e à população, e pode possibilitar uma cultura de prevenção aos agravos relacionados à saúde mental.
“A publicação deste boletim possibilitará realizar uma análise do agravo por tipologia, sexo, faixa etária e dispersão do agravo dentro do território do Município de Natal, servindo de base para tomada de decisão e implantação de políticas públicas, seja na prevenção do adoecimento ou nas ações de promoção da saúde”, disse.
Já a coordenadora do Núcleo de Doenças e Agravos não Transmissíveis da SMS, Amanda Morais, o Ministério da Saúde monitora, vê o boletim como um panorama importante para analisar os dados e criar políticas públicas de prevenção à violência.
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