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Categoria: Ciência e Tecnologia

Ciência, tecnologia e inovação acessíveis para todos. Os principais avanços e suas consequências, analisados de forma clara e aprofundada. Com informação precisa e verificada, nossos artigos e reportagens trazem os conteúdos da área para o debate do cotidiano.

A ciência sem mistérios (sempre que possível) e sem mistificações (sempre). O conhecimento sobre o universo e suas leis, as descobertas da física, da química, da biologia e suas derivações. De onde viemos e pra onde vamos? Por que temos dia e noite? O que é condensado de Bose-Einstein? Temos muitos o que discutir ao longo dos anos que virão.

E a tecnologia? Internet, redes sociais, inteligência artificial e robôs. Transgênicos fazem mal? Estamos perto da cura do câncer? O que esperar do futuro, como a tecnologia seguirá mudando nossas vidas? Como será meu celular ano que vem e que aplicativos usar para pesquisar na internet…

A inovação constante muda o mundo e nos muda. Em nossa seção ciência, tecnologia e inovação você poderá tomar parte de momentos importantes dessas discussões e se manter bem informado.

 

  • Imagens geradas por IA no estilo Studio Ghibli podem representar riscos à segurança digital; entenda

    Imagens geradas por IA no estilo Studio Ghibli podem representar riscos à segurança digital; entenda

    A nova funcionalidade do ChatGPT que permite transformar fotos no estilo dos filmes do Studio Ghibli tem conquistado a internet. No entanto, especialistas alertam que essa tendência pode representar um risco à privacidade dos usuários, já que dados biométricos faciais podem ser armazenados e explorados sem consentimento.

    Nos últimos dias, redes sociais foram inundadas por imagens recriadas com essa estética encantadora. Mas o que parece apenas uma brincadeira pode esconder um problema maior. De acordo com a mestra em Inteligência Artificial Mónica Vargas, ao utilizar gratuitamente ferramentas desse tipo, o usuário se torna o produto. “Seus dados são vendidos para empresas que os utilizam para direcionar anúncios ou até mesmo para outras finalidades desconhecidas”, explica.

    O principal risco está na coleta e armazenamento das informações faciais. Uma vez enviadas para a internet, essas imagens podem ser usadas para fraudes, como roubo de identidade, acesso a contas bancárias e criação de perfis falsos. Além disso, crianças estão especialmente vulneráveis. “Quando pais compartilham fotos dos filhos nesses aplicativos, podem estar, sem saber, alimentando bases de dados utilizadas para crimes como a pornografia infantil”, alerta Vargas.

    Outro fator preocupante é o uso dessas imagens por cibercriminosos para criar “impressões digitais mestras”. Essa tecnologia combina traços comuns de diversos rostos para enganar sistemas de reconhecimento facial, burlando medidas de segurança de bancos e outras plataformas.

    Diante desses riscos, especialistas recomendam cautela ao utilizar ferramentas que exigem o envio de fotos pessoais. Sempre verifique as políticas de privacidade dos aplicativos e evite compartilhar imagens sensíveis na internet.

  • Sistema da Sesap permite a emissão de pareceres médicos para unidades de todo o RN

    Sistema da Sesap permite a emissão de pareceres médicos para unidades de todo o RN

    A inovação tecnológica aliada à saúde pública pode melhorar a qualidade do atendimento, reduzir custos e aumentar o acesso a cuidados de saúde. Um exemplo disso é o Regula NAE, um sistema do Núcleo de Apoio Especializado da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) que tem levado medicina especializada de qualidade a 80 unidades da rede de saúde do Rio Grande do Norte. Em Mossoró, o sistema já pode ser utilizado em quatro hospitais: no Hospital Rafael Fernandes, no Hospital do Rim, no Hospital Regional da Polícia Militar e no Hospital Regional Tarcísio de Vasconcelos Maia.

    Outras cidades da região também já aderiram ao serviço, como o Hospital Regional Hélio Morais Marinho, em Apodi e o Centro de Saúde de Pureza, o Hospec Hospital dos Pescadores, Hospital do Seridó e o Hospital Regional Telecila Freiras Fontes, todos em Caicó.

    Desenvolvido em 2022 pela Unidade de Gestão de Tecnologias e Sistemas de Informação e Comunicação (UGTSIC) da Sesap, o Regula NAE otimiza a emissão de pareceres médicos em várias especialidades e, muitas vezes, evita deslocamentos desnecessários de pacientes entre municípios e unidades de saúde. O profissional especialista fica vinculado ao sistema junto com diversas outras especialidades, as unidades de saúde realizam o chamado, quando necessário, relatando o caso do paciente e o profissional especialista consegue responder à distância, sem a necessidade desse paciente ser transferido. A demanda é resolvida dentro da própria unidade.

    Dentre as unidades de saúde que já utilizam o sistema estão hospitais regionais, hospitais de pequeno porte e unidades mistas de saúde. Além de facilitar o acesso a especialistas, o sistema tem impulsionado melhorias estruturais nos municípios.

    Para acessar o sistema do NAE, as unidades de saúde precisam contar com uma estrutura básica de pronto-socorro, incluindo laboratório, raio-x e leitos. Atualmente, 35 municípios contam com esses serviços, distribuídas pelas 8 Regiões de Saúde, elevando a qualidade do atendimento à população local. Com isso, muitos casos simples que eram transferidos para hospitais maiores agora são resolvidos na unidade municipal, com menor custo e mais conforto aos pacientes. A expectativa é que cada vez mais municípios invistam nessa estrutura, fortalecendo o atendimento descentralizado e eficiente.

    O Regula NAE já oferece acesso online a pareceres médicos em 12 especialidades, incluindo nefrologia, urologia, cirurgia vascular, pediatria, cardiologia, ortopedia, neurologia, endoscopia digestiva alta, neurocirurgia, cirurgia cardíaca, cirurgia torácica e tomografia. Entre janeiro de 2024 e fevereiro de 2025, o sistema registrou 20.396 chamadas, sendo 17.946 apenas em 2024, uma demanda que tem potencial de crescer ainda mais. A ampliação do serviço já está em curso, com a inclusão de genética médica e infectologia nas próximas etapas, além da perspectiva de novas especialidades, como cirurgia plástica e nutrologia, nos próximos meses.

    No caso da urologia, por exemplo, 70,59% dos chamados foram concluídos e orientados e apenas 29,22% precisaram ser encaminhados para o hospital de referência. Na nefrologia, 88% dos pacientes que precisaram de parecer médico nessa especialidade puderam continuar o tratamento na unidade de origem, sem precisar de transferência. Nos casos de necessidade de um pediatra, 87,34% dos casos receberam a devida orientação do especialista quanto à conduta a ser adotada e apenas 12,66% dos pacientes precisaram ser encaminhados para o Hospital Maria Alice Fernandes. Os números da ortopedia são ainda mais expressivos: 92,86% dos chamados foram concluídos e orientados. E na cardiologia, todos os chamados do período foram atendidos no local de origem do paciente.

    A iniciativa conduzida pela Sesap enfrenta desafios históricos da saúde pública como a concentração de especialistas em uma só unidade, a sobrecarga de grandes hospitais e a carência de suporte especializado em cidades menores. O Regula NAE conecta profissionais dos hospitais da rede estadual de saúde a especialistas que trabalham em escalas de sobreaviso em hospitais de referência, como o Walfredo Gurgel, o Dr. José Pedro Bezerra (Santa Catarina) e o Pediátrico Maria Alice Fernandes, em Natal, além do Hospital Estadual Telecila Freitas Fontes, em Caicó.

    Ao identificar em um paciente a necessidade de parecer médico em uma das 12 especialidades atendidas pelo Regula NAE, o profissional abre o chamado e envia informações como história clínica e resultados de exames laboratoriais e de imagem. O especialista do núcleo acessa essas informações e emite um parecer sobre a conduta indicada, que pode necessitar a transferência do paciente para um hospital de referência ou a continuidade do tratamento na unidade onde se encontra. Desta forma é possível diminuir possíveis filas de atendimento e possibilitar um tratamento mais confortável e humano para o paciente.

    “O NAE veio para revolucionar a história da saúde pública no estado do RN, é um sistema que veio para dar de fato apoio especializado às 80 unidades solicitantes cadastradas, que recebem suporte das mais diversas especialidades médicas”. ressalta o médico coordenador do NAE, Giordano Bruno. Ele explica que além de dar o acesso aos médicos especialistas e a procedimentos, o sistema também veio para organizar o fluxo nas unidades de referência. “O objetivo é que as unidades de maior densidade tecnológica façam de fato o seu papel, reduzindo idas de pacientes de forma desorganizada e desnecessária, isso naturalmente diminuiu consideravelmente o número de pacientes que vão para as unidades de referência, mas também faz com que todos que precisem de suporte ou procedimento presencial tenham esse acesso de forma inclusive facilitada”.

    O coordenador da UGTSIC, Chander Pinheiro, explica que a solução foi projetada para ser acessível e eficiente, garantindo que os profissionais de saúde consigam solicitar e responder pareceres de maneira simples e rápida. “Do ponto de vista tecnológico, o Regula NAE é um exemplo bem-sucedido de inovação dentro da Sesap, pois foi totalmente desenvolvido pela equipe de tecnologia da informação da Secretaria, utilizando metodologias ágeis e priorizando escalabilidade, segurança e integração com outros sistemas da saúde”, ressalta.

    O Regula NAE é auditado, gerando mais confiabilidade, transparência e segurança, possui monitoramento contínuo e evolução constante, aprimorado com base no feedback dos usuários e nas necessidades operacionais da rede de saúde, por isso vem sendo aperfeiçoado e personalizado de acordo com a ampliação das especialidades atendidas e com as demandas das equipes de saúde.

  • IMD/UFRN promove palestra sobre computação quântica e lança ciclo

    IMD/UFRN promove palestra sobre computação quântica e lança ciclo

    O Instituto Metrópole Digital (IMD/UFRN) realizará, no próximo dia 7 de agosto, a palestra “Computação Quântica: realidade atual, potencial impacto e perspectivas industriais”, ministrada pelo professor Anderson Cruz. O evento terá início às 18h30, com recepção a partir das 18h, no auditório do Centro de Tecnologia (CT) da UFRN, localizado em frente ao Complexo Tecnológico de Engenharia (CTEC).

    A entrada é livre, mas os interessados em receber certificado de participação devem se inscrever via Sigaa/Gov.br até o dia do evento. A palestra marca a abertura do 1º Ciclo de Palestras sobre Computação Quântica do IMD, organizado por um grupo de pesquisa composto por docentes do Instituto e outras unidades da UFRN.

    As palestras acontecerão quinzenalmente até o final do ano, abordando diversos temas relacionados à Computação Quântica. Participarão palestrantes da UFRN e de universidades nacionais e internacionais. O objetivo é formar capital intelectual e sensibilizar a comunidade sobre a importância de desenvolver essa área.

    O professor Anderson Cruz destaca que a pesquisa inicial focará em áreas como Cybersegurança, Inteligência Artificial Quântica, Comunicação Quântica e Mecânica dos Fluidos Computacional. O grupo de pesquisa inclui professores do Departamento de Informática e Matemática Aplicada (DIMAp) e do Instituto Internacional de Física (IIF).

    Cruz ressalta a corrida global liderada por países desenvolvidos na busca pelo domínio da tecnologia quântica. “Quem tiver uma internet quântica estará potencialmente mais protegido”, afirma, destacando a segurança informacional proporcionada pela Computação Quântica. A capacidade dos computadores quânticos de realizar cálculos complexos rapidamente torna métodos de criptografia atuais inseguros.

    O Brasil também tem investido em pesquisas de Computação Quântica. Em 2023, o CNPQ lançou um edital de chamada pública com financiamento total de R$ 9 milhões para três projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) em comunicação quântica. Além disso, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) anunciou investimentos de R$ 60 milhões para a criação do Centro de Competência Embrapii em Tecnologias Quânticas, liderado pelo Senai/Cimatec em Salvador (BA).

    A Computação Quântica utiliza princípios da mecânica quântica para processar informações, usando qubits em vez de bits. Qubits podem estar em múltiplos estados simultaneamente (superposição quântica) e se conectar de maneiras impossíveis na computação clássica (emaranhamento e paralelismo quântico), resultando em uma velocidade de processamento exponencialmente maior.

    Os computadores quânticos também terão maior capacidade de simulação de fenômenos naturais, com aplicações em Química, Biologia, física de materiais e desenvolvimento de medicamentos, entre outras áreas.

  • Pesquisadores da UFRN desenvolvem tecnologia para tratamento da Esquizofrenia

    Pesquisadores da UFRN desenvolvem tecnologia para tratamento da Esquizofrenia

    Na última terça-feira (9), o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) expediu uma carta-patente para uma tecnologia desenvolvida por pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), com potenciais impactos na área da química e da medicina, visando aprimorar o tratamento de pessoas diagnosticadas com esquizofrenia.

    Os efeitos colaterais da medicação tradicional para esquizofrenia, como tremores, agitação, insônia, sonolência, tonturas, disfunção sexual e ganho de peso, têm impacto direto na rotina e na qualidade de vida dos pacientes. Com o intuito de melhorar esse cenário, Sibele Berenice Castellã Pergher, Artur de Santana Oliveira e Ana Clécia Santos de Alcântara, cientistas da UFRN, desenvolveram o produto patenteado.

    A tecnologia consiste em um material compósito, composto por argila e dois biopolímeros. Essa combinação de materiais resultou no que os autores chamam de bionanocompósito. Os materiais compósitos são heterogêneos, compostos por dois materiais diferentes com propriedades complementares.

    Sibele Pergher, coordenadora da equipe, explica que o compósito tem a capacidade de aprisionar a droga olanzapina, utilizada no tratamento da esquizofrenia, e controlar sua liberação no organismo. Com esse controle, o tratamento tende a ser mais eficaz, pois a droga é liberada no local exato onde o organismo precisa absorvê-la.

    Depositada em 2016, sob o nome “Bionanocompósito lpm-7 para liberação controlada de olanzapina a partir do argilomineral montmorillonita”, a invenção tem o potencial de impactar a vida de cerca de 30 milhões de pessoas em todo o mundo que convivem com a esquizofrenia. A doença geralmente se manifesta entre os 12 e 30 anos de idade, levando muitas vezes a uma sensação de desconexão e isolamento.

    Essa concessão de patente é a terceira da UFRN este ano e reforça a posição da universidade como a instituição de ensino com mais patentes nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. A UFRN ocupa essa posição desde fevereiro de 2022, tendo obtido 14 concessões em 2023, a segunda melhor marca anual da universidade em sua história.